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Google muda regra de aprovação de apps na Play Store e contrata “humanos”

A partir de hoje, uma equipe de funcionários do Google avaliará cada aplicativo. Antes, apenas software faziam a checagem de segurança antes da liberação na loja

Android Google (Getty Images)

Android Google (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 05h43.

O Google anuncia na manhã de hoje (17/03) uma mudança na forma como os aplicativos serão publicados na sua loja Google Play. A partir de agora, uma equipe de funcionários da empresa analisará cada app, um a um, antes de liberá-lo. Antes, apenas algoritmos eram responsáveis por vasculhar os aplicativos em busca de vírus ou problemas que pudessem comprometer a segurança dos usuários. Com o novo time “humano”, o Google pretende bloquear também violações aos termos de uso e serviço que passavam despercebidas pelos robôs.

 “Os aplicativos sempre foram escaneados automaticamente antes de serem publicados para garantir segurança aos usuários contra códigos maliciosos. Isso continua”, disse a INFO a indiana Purnima Kochikar, diretora de desenvolvimento de negócios de Apps & Games do Google Play. 
A diferença é que, agora, a empresa pretende bloquear de forma mais eficiente conteúdos proibidos ou ilegais, como inserção de anúncios de forma incorreta ou material com incitação ao ódio, que estão muito mais ligados ao contexto de cada app do que ao seu código. Como resultado dessa nova política, os desenvolvedores também receberão um relatório mais completo sobre o motivo da suspensão ou rejeição de seus apps. 

Segundo Purnima, o novo processo não afetará a velocidade de liberação dos apps, que devem ser disponibilizados “em questão de horas – não dias ou semanas”.  “Começamos a testar esse novo processo de revisão no final de 2014 e, agora, ele está 100% implementado”, afirma. Segundo o Google, desde que os testes começaram, não houve mudanças perceptíveis para os desenvolvedores. A empresa não revela quantos funcionários estarão alocados na nova área e nem mesmo se estarão todos na sede na empresa, em Mountain View, na Califórnia, ou espalhados pelos escritórios globais. No entanto, costuma ser política do Google centralizar as equipes de um produto em apenas um local. Por se tratar de um time responsável pela revisão de conteúdo, é de se esperar que ele seja formado por funcionários de diferentes países, ou, no mínimo, equipes com fluência em diferentes idiomas. 

A nova política do Google parece ser uma resposta às críticas que sempre recebeu relacionadas à segurança e à qualidade do conteúdo de sua loja, que tem mais de 1 bilhão de usuários em 190 países. No ano passado, por exemplo, um estudo apontou que quase 25% dos aplicativos gratuitos da Google Play eram meros clones de outros hits de sucesso. 

Curiosamente, a facilidade em publicar conteúdo sempre foi o ponto forte e também o ponto fraco da loja. Enquanto a Apple é conhecida por bem mais seletiva com todos os critérios dos apps, o Google manteve a fama de plataforma menos burocrática dentro da comunidade desenvolvedora. Com mais de 1 milhão de apps publicados, a empresa pagou, somente em 2014, mais de 7 bilhões de dólares a desenvolvedores pelos downloads e anúncios em seus apps. Resta saber se, com o processo mais rigoroso, esses números continuarão crescendo. 

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