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20 revelações da biografia oficial de Steve Jobs

Vinte das passagens mais interessantes da biografia autorizada de Steve Jobs, que começou a ser vendida nesta segunda-feira

Steve Jobs morreu no último dia 5, aos 56 anos de idade (Divulgação)

Steve Jobs morreu no último dia 5, aos 56 anos de idade (Divulgação)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 25 de outubro de 2011 às 14h25.

São Paulo — Quando jovem, Steve Jobs não gostava de tomar banho. Ele achava que consumir drogas havia sido uma experiência benéfica. E, sim, ele recusou a cirurgia quando soube que tinha câncer. Essas são algumas das muitas revelações da biografia autorizada do fundador da Apple, que começou a ser vendida hoje no Brasil e em outros países.

O livro, que se chama simplesmente Steve Jobs, vem carregado de detalhes sobre a vida do empresário. Walter Issacson, o autor, trabalhou nele durante sete anos e fez mais de 40 entrevistas com o próprio Jobs, além de ter falado com muitas outras pessoas que conviveram com ele. Jobs, que convidou Isaacson para escrever sua biografia, não censurou a obra. Ela traça um retrato sem muitos retoques do empreendedor. Veja, a seguir, 20 fatos interessantes contados por Isaacson no livro.

1 Cristianismo

Jobs foi criado por luteranos, mas abandonou a religião cristã aos 13 anos, depois que viu uma foto de crianças morrendo de fome na capa da revista Life. Ele perguntou ao pastor se Deus sabia que aquilo estava acontecendo e não gostou da resposta. “O Cristianismo deixa de fazer sentido quando começa a se basear mais na fé do que em viver como Jesus”, disse ele a Isaacson.

2 Deus

Depois de abandonar o Cristianismo, Jobs acabou se convertendo ao Budismo Zen. Ele contou ao biógrafo que tinha dúvidas sobre a existência de Deus: “Acho que as diversas religiões são diferentes portas para a mesma casa. Às vezes, acho que a casa existe. Outras vezes, acho que não. É um grande mistério.”

3 Drogas

Jobs começou a fumar maconha aos 15 anos. Mais tarde, passou a tomar LSD. “Era uma experiência profunda, uma das mais importantes da minha vida”, disse Jobs. “A droga reforçou minha habilidade de distinguir o que era importante – criar coisas grandiosas em vez de ganhar dinheiro apenas.” 


4 A caixa azul

O primeiro produto fabricado por Jobs e seu sócio Steve Wozniak, antes da fundação da Apple, foi a Blue Box. Era um dispositivo eletrônico que produzia tons de áudio usados para transmitir comandos às centrais telefônicas. O objetivo era enganar a central e fazer ligações sem pagar. Jobs e Woz venderam cerca de uma centena dessas caixas por 150 dólares cada uma.

5 O Apple II

Jobs queria que o Apple II fosse uma caixa selada. Mas Steve Wozniak ameaçou abandonar o projeto se o computador não aceitasse placas eletrônicas adicionais instaladas pelos usuários. Woz ganhou essa primeira disputa. Mas, com o tempo, os produtos da Apple foram ficando cada vez mais fechados, como queria Jobs. Os novos modelos da série MacBook Pro, por exemplo, não tem mais nem sequer bateria removível.

6 Mau cheiro

Quando jovem, Jobs não gostava de tomar banho. Quando trabalhava na Atari, em 1974, seu chefe, Al Alcorn, o transferiu para o turno da noite para que o mau cheiro não incomodasse os demais funcionários. Em 1977, quando a Apple se preparava para lançar o Apple II na West Coast Computer Faire, o investidor Mike Markkula teve de convencer Jobs a tomar um banho e vestir um terno para ir ao evento. Mike Scott, o primeiro presidente da Apple, conta que, numa das primeiras conversas que teve com Jobs, disse a ele que deveria tomar banhos mais frequentes. Scott conta que Jobs, naquela época, seguia uma dieta à base de frutas. Ele acreditava que a dieta evitaria os odores corporais. Assim, um banho por semana seria suficiente.

7 Amigos x negócios

Daniel Kottke era amigo de Jobs na faculdade e havia viajado com ele para a Índia. Também foi um dos primeiros funcionários da Apple. O contrato de trabalho de Kottke não dava direito a opções de ações. Quando a empresa abriu seu capital, em 1980, ele foi falar com Jobs, reivindicando o benefício que outros funcionários tinham. Jobs recebeu Kottke com frieza e disse não. “Entrei em choque, comecei a chorar e não consegui mais falar. A amizade tinha acabado”, disse Kottke a Isaacson.


8 Macintosh

O Macintosh foi a materialização da visão de Jeff Raskin, um engenheiro que queria tornar os computadores mais fáceis de usar. Enquanto Raskin liderava o desenvolvimento do Mac, Jobs cuidava do Lisa, o primeiro computador com interface gráfica, que seria um fracasso comercial. Mas, em 1980, em meio a um conflito com a direção da Apple, Jobs foi afastado do projeto Lisa e do cargo de vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento. Ele disse a Isaacson que esse fato, que poderia ter sido traumático, acabou se revelando positivo. “Foi como voltar à garagem. Eu tinha minha própria equipe e estava no controle”, disse ele. De fato, como se sabe, o Macintosh acabou se tornando muito mais importante para a Apple do que o Lisa.

9 Reality Distortion Field

Quando Steve Jobs passou a comandar o desenvolvimento do Macintosh, sua relação com Jeff Raskin – o engenheiro que havia liderado o projeto inicialmente – se deteriorou. Raskin saiu da empresa e Jobs chamou Andy Hertzfeld para substituí-lo. Um programador da equipe alertou Hertzfeld que ele estaria sujeito ao “campo de distorção de realidade” de Jobs. O termo passaria a ser usado para designar a maneira obstinada como Jobs convencia outras pessoas a fazer coisas que, às vezes, elas próprias achavam absurdas.

10 Pixar

Jobs comprou a divisão de computação gráfica da Lucasfilm e transformou-a na Pixar. Mas o que atraiu Jobs foi principalmente a área de desenvolvimento de hardware e software da empresa. A área de animação veio junto e acabou se transformando em seu principal – e depois único – negócio. 

11 Fortuna

Financeiramente, a Pixar foi o melhor negócio que Jobs fez em sua vida. Ele pagou 50 milhões de dólares por 80% da empresa. Quando ela abriu seu capital, essa participação passou a valer 1,2 bilhão de dólares.


12 O homem das trevas

A compra da Pixar pela Disney envolveu negociações pesadas. A Disney distribuía os filmes produzidos pela Pixar. Jobs ameaçou fechar um contrato de distribuição com outra empresa. Michael Eisner, então CEO da Disney, respondeu que a Disney faria suas próprias continuações da animação Toy Story, sem a Pixar. Os dois acabaram chegando a um acordo. Jobs tornou-se o maior acionista da Disney, que passou a ser dona da Pixar. “Eisner foi justo comigo naquele momento. Mas, com o tempo, eu concluí que ele era um homem das trevas”, disse Jobs a Isaacson.

13 Microsoft Zune

Em 2006, a Microsoft tentou competir com a linha iPod lançando sua linha Zune de players multimídia. Mas o produto nunca fez sucesso. O diagnóstico de Jobs: “O Zune era uma porcaria porque o pessoal da Microsoft não ama a música como nós.”

14 Momento glorioso

Quando o desenvolvimento do iPhone estava na reta final, Jobs resolveu fazer uma mudança radical no desenho do smartphone. Isaacson conta que ele disse à equipe de design: “Vocês se mataram durante nove meses para finalizar esse design, mas nós vamos mudá-lo.” Refletindo sobre isso, Jobs conclui: “É um dos momentos de que mais me orgulho na Apple.”

15 Não à cirurgia

Jobs recusou a cirurgia quando soube que tinha câncer. Só nove meses depois sua esposa e outras pessoas próximas conseguiram convencê-lo a ser operado. Nesse momento, o câncer já havia se alastrado e se tornado mais difícil de tratar.

16 Sequenciamento genético

Jobs foi uma das primeiras 20 pessoas em todo o mundo a ter todos os genes sequenciados. Seus médicos queriam obter informações genéticas sobre o câncer para prescrever drogas mais eficazes e que provocassem menos efeitos colaterais do que a quimioterapia convencional. 


17 Ódio ao Android

Jobs nutria um ódio figadal pelo sistema operacional Android, pelo Google e pelo ex-CEO da empresa Eric Schmidt. “Vou gastar até meu último suspiro se for necessário. Vou gastar cada centavo dos 40 bilhões de dólares que a Apple tem no banco para resolver isso. Vou destruir o Android por que ele é um produto roubado. Vou mover uma guerra termonuclear”, disse ele a seu biógrafo Walter Isaacson.

18 Larry Page

Até sua morte, Jobs continuou odiando Eric Schmidt, o ex-CEO do Google. Schmidt fazia parte do conselho de administração da Apple na época em que o Android estava sendo desenvolvido. Para o fundador da Apple, ele era um traidor. Mas Jobs fez as pazes com Larry Page, o fundador e atual CEO do Google. Page pediu conselhos a ele quando assumiu o posto de CEO, em abril deste ano. O primeiro impulso de Jobs foi responder com um palavrão. Mas ele mudou de ideia quando lembrou que, em sua juventude, fora orientado por Bill Hewlett, um dos fundadores da HP. Um dos conselhos de Jobs a Page: “Não seja bonzinho demais como CEO.”

19 Mark Zuckerberg

Steve Jobs e Mark Zuckerberg nunca foram próximos. Mas Jobs disse a Isaacson que admirava o jovem empreendedor por não ter vendido o Facebook.

20 Bill Gates

O livro fala bastante da relação entre Steve Jobs e Bill Gates. Os dois competiam entre si, mas também eram parceiros de negócios. Enquanto Gates se refere a Jobs com certa elegância, Jobs não se preocupa em disfarçar o desprezo que sentia pelo rival. Vejamos dois exemplos:

Gates, sobre Jobs: “Ele nunca soube muito sobre tecnologia, mas tinha um instinto impressionante para dizer o que funcionaria bem.”

Jobs, sobre Gates: “Bill não tem imaginação e nunca inventou nada. Acho que, por isso, ele se sente mais confortável na filantropia do que na tecnologia. Ele descaradamente roubou ideias de outras pessoas.”

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