Nokia Siemens: empresa já assinou contratos com uma operadora 4G brasileira e uma chilena, que Wirth se recusou a nomear (Ints Kalnins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2012 às 15h10.
São Paulo - A Nokia Siemens Networks vai abrir uma linha de montagem no Brasil, junto com a fabricante Flextronics International, para construir a próxima geração de redes de telefonia móvel, disse um executivo sênior em entrevista nesta segunda-feira.
A planta deve começar a disponibilizar equipamentos de quarta geração (4G) sem fio no início de outubro, no momento em que operadoras locais construem redes para a Copa do Mundo de 2014, disse o diretor da Nokia Siemens para as Américas, Ken Wirth.
"O que estamos procurando fazer é alinhar nossa capacidade de produção próxima dos mercados onde estamos vendendo. Então isso reduz nossos custos de transporte, tarifas e quaisquer outras coisas que apareçam", disse Wirth, recusando-se a comentar o quanto cada parceiro investiu na joint venture.
O Brasil leiloou licenças de transmissão de 4G em junho, e estipulou que pelo menos 60 por cento do hardware instalado deveria ser de conteúdo brasileiro, um requisito contestado pelos Estados Unidos e pela União Europeia na Organização Mundial do Comércio.
Para a Nokia Siemens, a demanda das quatro operadoras móveis brasileiras, com a instalação de suas redes 4G, será suficiente para justificar a capacidade de produção local para os próximos 12 a 18 meses, disse Wirth.
A empresa já assinou contratos com uma operadora 4G brasileira e uma chilena, que Wirth se recusou a nomear.
Com a produção brasileira já instalada e funcionando, Wirth disse que vê as novas redes 4G brasileiras como uma chance para a Nokia Siemens de crescer sua participação no mercado da América Latina em cerca de 30 por cento. A região contribui por 13 por cento da receita da companhia -- mais do que a América do Norte -- e está crescendo rapidamente.
Somente no Brasil, as operadoras móveis reservaram cerca de 1,5 bilhão de dólares em despesas de capital para o próximo ano, cerca de 30 por cento dedicados à tecnologia 4G.