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Nokia, BlackBerry e Motorola em busca da glória perdida

Enquanto lutam para voltar à cena, agora dominada pela Samsung e pela Apple, analistas dão poucas esperanças a elas

Nokia Treasure Tags no Mobile World Congress: divisão de celulares da Nokia registrou perdas de 780 milhões de euros (US$1,07 bilhão) no ano passado (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 19h09.

Nokia , Motorola e BlackBerry , que já foram pioneiras no mercado mundial de celulares, agora são as retardatárias do setor e buscam recuperar a glória perdida.

Enquanto lutam para voltar à cena, agora dominada pela Samsung e pela Apple, analistas dão poucas esperanças a elas.

"Todos esses fabricantes de aparelhos históricos como a Nokia, a Motorola e a BlackBerry perderam completamente a oportunidade", disse Bengt Nordstrom, chefe da consultoria sueca Northstream.

"Eles perderam a fase da tela de toque".

A finlandesa Nokia, a canadense BlackBerry e a norte-americana Motorola; todas eles perderam muito dinheiro em 2013.

A divisão de celulares da Nokia, em processo de aquisição pela Microsoft, registrou perdas de 780 milhões de euros (US$1,07 bilhão) no ano passado.

A Motorola registrou perda de US$1,03 bilhão no mesmo período.

Este mês, o dono da Motorola, o Google, se desfez do negócio, vendendo-o à fabricante de smartphones chinesa Lenovo por US$2,91 milhões.

A BlackBerry, comprada pela canadense Fairfax Financial Holdings, acumulou uma perda de US$5,4 bilhões em apenas nove meses até o dia 30 de novembro.

"Definitivamente, estamos aqui para competir e para recuperar parte do terreno perdido antes do começo do ano", disse o chefe executivo recém-nomeado da BlackBerry, John Chen, a repórteres no Congresso Mundial de Mobilidade, que acontece de 24 a 27 de fevereiro em Barcelona, na Espanha.


O Z2 da BlackBerry

A BlackBerry apresentou dois aparelhos - o Q20 com um teclado físico, que é sua marca registrada e o popular Z2 com uma tela de toque visando ao mercado da Indonésia - para ajudar a recuperar sua participação no mercado.

Os dois smartphones BlackBerry foram os primeiros a serem produzidos em uma parceria de cinco anos com a Foxconn, a fabricante taiuanesa que também é um fornecedor importante de um grande rival, a Apple.

A BlackBerry pretende alcançar clientes corporativos.

"Nossa estratégia de virada é focar nas empresas", disse Chen. "Nós sempre fomos conhecidos por ser o número um em segurança".

Os analistas, contudo, estão pessimistas com as chances da empresa.

"BlackBerrys, essa é uma causa perdida, eu acho", disse Nordstrom.

Lawrence Lundy, analista da Frost & Sullivan, concorda.

"Eles tentaram muitas coisas nos últimos anos e nada funcionou. Eu não vejo a BlackBerry mantendo sua presença com os dispositivos por muito tempo", acrescentou Lundy.

"Eles perderam a sacada da tela de toque, eles realmente acreditaram no teclado, mesmo vendo o sucesso do iPhone".

A Nokia continua sendo a segunda maior fabricante de aparelhos do mundo, com 13,9% do mercado em 2013, mas essa parcela está diminuindo e se baseia, em grande parte, nos celulares tradicionais.

No mercado de smartphones, a Nokia não ficou nem entre os cinco primeiros no ano passado.

Na feira do setor esta semana, a Nokia apresentou uma nova gama de smartphones Nokia X com uma versão do sistema operacional Android, do Google.


É uma ação surpreendente porque o Android compete diretamente com o Windows Phone, da Microsoft, que completará sua aquisição da Nokia neste trimestre.

O diretor da Nokia França, Thierry Amarger, disse que a fabricante usou o sistema operacional Android mais barato porque planeja vender aparelhos por menos de 150 euros, de olho em um mercado crescente de novos usuários de smartphones.

Contudo, a Microsoft determinará as próximas ações para os aparelhos da Nokia.

"A Nokia está em uma posição muito boa com a Microsoft como sua apostadora", disse Nordstrom.

- Reposicionamento da Microsoft -

"Para a Microsoft, haverá um exercício de reposicionamento e eles gastarão muito dinheiro com isso, mas não há evidências de que eles irão alcançar a Apple e a Samsung," alertou.

"Quando a Nokia era um player dominante, era duas vezes maior que o terceiro player. Hoje a Samsung é de oito a dez vezes maior que o terceiro".

A Nokia será prejudicada também, disse ele, por estar ligada ao sistema Windows Phone da Microsoft, que fica atrás do Android e o iOS da Apple.

A Motorola, contudo, pode ter uma perspectiva levemente melhor depois de sua aquisição pela Lenovo, afirmou Julian Jest, analista do grupo de pesquisa Informa.

"Isso mudará a dinâmica como a Motorola opera", disse Jest.

Contudo, a Motorola pode enfrentar dificuldades para inovar porque o Google ficou com a maioria de suas patentes e sua equipe criativa, explicou.

A Motorola foi a única entre as três que não lançou um novo produto durante a maior feira de telefonia celular do mundo.

A Motorola é "muito forte" na América Latina e na América do Norte, onde permanece como a terceira fabricante, lembrou o diretor de produto da empresa, Rick Osterloh.

A escala e a posição da Lenovo no mercado de computadores pessoais darão à Motorola um acesso sem precedentes à tecnologia, disse ele em Barcelona.

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Nokia , Motorola e BlackBerry , que já foram pioneiras no mercado mundial de celulares, agora são as retardatárias do setor e buscam recuperar a glória perdida.

Enquanto lutam para voltar à cena, agora dominada pela Samsung e pela Apple, analistas dão poucas esperanças a elas.

"Todos esses fabricantes de aparelhos históricos como a Nokia, a Motorola e a BlackBerry perderam completamente a oportunidade", disse Bengt Nordstrom, chefe da consultoria sueca Northstream.

"Eles perderam a fase da tela de toque".

A finlandesa Nokia, a canadense BlackBerry e a norte-americana Motorola; todas eles perderam muito dinheiro em 2013.

A divisão de celulares da Nokia, em processo de aquisição pela Microsoft, registrou perdas de 780 milhões de euros (US$1,07 bilhão) no ano passado.

A Motorola registrou perda de US$1,03 bilhão no mesmo período.

Este mês, o dono da Motorola, o Google, se desfez do negócio, vendendo-o à fabricante de smartphones chinesa Lenovo por US$2,91 milhões.

A BlackBerry, comprada pela canadense Fairfax Financial Holdings, acumulou uma perda de US$5,4 bilhões em apenas nove meses até o dia 30 de novembro.

"Definitivamente, estamos aqui para competir e para recuperar parte do terreno perdido antes do começo do ano", disse o chefe executivo recém-nomeado da BlackBerry, John Chen, a repórteres no Congresso Mundial de Mobilidade, que acontece de 24 a 27 de fevereiro em Barcelona, na Espanha.


O Z2 da BlackBerry

A BlackBerry apresentou dois aparelhos - o Q20 com um teclado físico, que é sua marca registrada e o popular Z2 com uma tela de toque visando ao mercado da Indonésia - para ajudar a recuperar sua participação no mercado.

Os dois smartphones BlackBerry foram os primeiros a serem produzidos em uma parceria de cinco anos com a Foxconn, a fabricante taiuanesa que também é um fornecedor importante de um grande rival, a Apple.

A BlackBerry pretende alcançar clientes corporativos.

"Nossa estratégia de virada é focar nas empresas", disse Chen. "Nós sempre fomos conhecidos por ser o número um em segurança".

Os analistas, contudo, estão pessimistas com as chances da empresa.

"BlackBerrys, essa é uma causa perdida, eu acho", disse Nordstrom.

Lawrence Lundy, analista da Frost & Sullivan, concorda.

"Eles tentaram muitas coisas nos últimos anos e nada funcionou. Eu não vejo a BlackBerry mantendo sua presença com os dispositivos por muito tempo", acrescentou Lundy.

"Eles perderam a sacada da tela de toque, eles realmente acreditaram no teclado, mesmo vendo o sucesso do iPhone".

A Nokia continua sendo a segunda maior fabricante de aparelhos do mundo, com 13,9% do mercado em 2013, mas essa parcela está diminuindo e se baseia, em grande parte, nos celulares tradicionais.

No mercado de smartphones, a Nokia não ficou nem entre os cinco primeiros no ano passado.

Na feira do setor esta semana, a Nokia apresentou uma nova gama de smartphones Nokia X com uma versão do sistema operacional Android, do Google.


É uma ação surpreendente porque o Android compete diretamente com o Windows Phone, da Microsoft, que completará sua aquisição da Nokia neste trimestre.

O diretor da Nokia França, Thierry Amarger, disse que a fabricante usou o sistema operacional Android mais barato porque planeja vender aparelhos por menos de 150 euros, de olho em um mercado crescente de novos usuários de smartphones.

Contudo, a Microsoft determinará as próximas ações para os aparelhos da Nokia.

"A Nokia está em uma posição muito boa com a Microsoft como sua apostadora", disse Nordstrom.

- Reposicionamento da Microsoft -

"Para a Microsoft, haverá um exercício de reposicionamento e eles gastarão muito dinheiro com isso, mas não há evidências de que eles irão alcançar a Apple e a Samsung," alertou.

"Quando a Nokia era um player dominante, era duas vezes maior que o terceiro player. Hoje a Samsung é de oito a dez vezes maior que o terceiro".

A Nokia será prejudicada também, disse ele, por estar ligada ao sistema Windows Phone da Microsoft, que fica atrás do Android e o iOS da Apple.

A Motorola, contudo, pode ter uma perspectiva levemente melhor depois de sua aquisição pela Lenovo, afirmou Julian Jest, analista do grupo de pesquisa Informa.

"Isso mudará a dinâmica como a Motorola opera", disse Jest.

Contudo, a Motorola pode enfrentar dificuldades para inovar porque o Google ficou com a maioria de suas patentes e sua equipe criativa, explicou.

A Motorola foi a única entre as três que não lançou um novo produto durante a maior feira de telefonia celular do mundo.

A Motorola é "muito forte" na América Latina e na América do Norte, onde permanece como a terceira fabricante, lembrou o diretor de produto da empresa, Rick Osterloh.

A escala e a posição da Lenovo no mercado de computadores pessoais darão à Motorola um acesso sem precedentes à tecnologia, disse ele em Barcelona.

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