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Neuralink: chip em porco, macaco jogando Atari e mais curiosidades sobre a empresa de Musk

Magnata teve o aval da FDA para seguir com o procedimento

Elon Musk, dono da Tesla e SpaceX (Jordan Vonderhaar/Bloomberg/Getty Images)

Elon Musk, dono da Tesla e SpaceX (Jordan Vonderhaar/Bloomberg/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de maio de 2024 às 14h07.

Última atualização em 20 de junho de 2024 às 14h38.

A mais nova polêmica com o bilionário Elon Musk, dono da Tesla e do X, ex-Twitter, envolve a sua empresa de desenvolvimento de implantes cerebrais, a Neuralink. Isso porque o implante inserido no seu primeiro paciente humano, Nolan Arbaugh, teve problemas e 85% dos fios instalados se soltaram.

Em uma postagem publicada no início de maio no blog da Neuralink, já havia sido informado que nas semanas seguintes à cirurgia, em janeiro deste ano, vários "fios se retraíram do cérebro, resultando em uma diminuição líquida dos eletrodos eficazes", porém, o post não tinha mais detalhes. A informação de que foram 85% foi publicada pelo jornal The New York Times.

Segundo postagem do blog da Neuralink, para contornar o problema foram feitas modificações no algoritmo de gravação para que o chip fosse mais sensível aos sinais mentais de Arbaugh, sendo capazes de traduzir esses sinais em movimentos do cursor que movimenta as interfaces tais como um jogo de computador. Apesar do revés, Musk manterá a pesquisa e já teve o aval do órgão federal norte-americano Food and Drug Administration (FDA) para fazer o implante em um segundo humano. Conheça abaixo algumas curiosidades sobre a Neuralink.

1 - Sigilo sobre a criação da empresa

A Neuralink Corp. foi registrada em julho de 2016 na Califórnia como uma empresa de "pesquisa médica". Um mês depois, por meio de postagens de sua conta no então Twitter, hoje X, Musk brincou dizendo que ele mesmo estava desenvolvendo a tecnologia. A informação de que se tratava de implantes cerebrais só veio à tona após uma reportagem de março de 2017 no The Wall Streeet Journal. Quem confirmou a existência da empresa foi Max Hodak, que disse ao jornal ser integrante da equipe fundadora, sem dar muitos detalhes.

2 - Primeiro teste foi na porca Gertrude

O primeiro teste da nova tecnologia ocorreu em 2020 em animais. A escolha para o que foi chamado "prova de conceito" foi a porca Gertrude. O chip implantado no cérebro da porca era capaz de prever com precisão o seu posicionamento quando ela caminhava em uma esteira ou quando farejava em busca de comida.

3 - Macaco jogou Atari

Em um anúncio posterior, em abril de 2021, Musk revelou que um outro teste em animais havia sido feito, desta vez um implante de um neurotransmissor no cérebro de um macaco. O vídeo mostrava o símio jogando, apenas com a mente, o Pong, um jogo eletrônico de tênis de mesa lançado pela Atari em 1972. Os testes da Neuralink com animais foram alvo de críticas do comitê de responsabilidade médica dos EUA, que a acusava de maus-tratos contra os animais, o que Musk negou.

4 - Musk quer associar humano à superinteligência artificial

Em um podcast chamado "Inteligência Artificial", apresentado por Lex Fridman, Musk disse que a Neuralink havia sido projetada para "abordar o risco existencial associado a superinteligência digital". Nas palavras dele, já que não seremos capazes de sermos mais inteligentes do que um supercomputador, e, portanto, não conseguir vencê-los, o jeito era se juntar a eles.

5 - Um chip chamado 'telepatia'

O chip implantando no primeiro humano chama-se Telepathy, que significa telepatia em português. Entre outras coisas, a promessa é de que após ser implantado no cérebro, a pessoa possa controlar o telefone apenas pensando, segundo uma postagem no X no início deste ano. Entre outras coisas, o chip poderá acionar o Spotify e permitir que a pessoa ouça diretamente no seu cérebro a música, tornando obsoleto até os ouvidos. "Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um digitador rápido ou um leiloeiro. Esse é o objetivo", escreveu Musk à época.

6 - Implante foi feito com 'máquina de costura'

Para "costurar" o emaranhando de mais de mil fios finos (eletrodos) no cérebro e ligá-lo ao chip Telepathy, foi necessário criar um robô específico, semelhante a uma máquina de costura. Esse robô é capaz de costurar os eletrodos de forma profunda no cérebro das pessoas.

7 - Primeiro paciente era estudante e atleta

Arbaugh tem 30 anos e é natural de Yuma, no Estado americano do Arizona, segundo o portal AZ Central. Ele era estudante e atleta da Texas A&M University e trabalhava como monitor de um acampamento infantil quando sofreu um acidente que o deixou tetraplégico em julho de 2016, segundo uma postagem do Gofundme que buscava angariar recursos para comprar uma van para que a família dele pudesse transportá-lo em sua cadeira de rodas. Arbaugh já afirmou que não tinha "fortes conexões" com Musk, mas que "sentia que ele impulsionava o progresso".

8 - Empresa busca novos candidatos

Segundo postagem do blog da Neuralink, neste primeiro momento os testes em humanos estão voltados para pessoas com tetraplegia. O site da empresa inclusive deixou um cadastro aberto para interessados em participar da pesquisa. "Se você tem capacidade limitada ou nenhuma capacidade de usar ambas as mãos devido a lesão na medula espinhal cervical ou esclerose lateral amiotrófica (ELA), você pode se qualificar para o estudo", informa o site.

9 - Acionamento de braços robóticos

A Neuralink prevê que, no futuro, a funcionalidade do chip possa permitir o acionamento de braços robóticos, cadeiras de rodas e outras tecnologias que possam aumentar a independência de pessoas que vivem com tetraplegia.

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