Blue Origin: empresa de Bezos foi uma das selecionadas (Matthew Staver/Bloomberg/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 30 de abril de 2020 às 15h31.
Última atualização em 30 de abril de 2020 às 16h55.
Nesta quinta-feira (30), Jeff Bezos, da Amazon, e Elon Musk, da Tesla ganharam contratos para levar astronautas da Agência Espacial Norte Americana (Nasa) à Lua. As empresas Blue Origin, de Bezos, e a SpaceX, de Musk, foram as selecionadas para a tarefa, ultrapassando a Boeing, que geralmente é a escolhida para as missões da agência norte-americana.
A ideia é bater uma meta bastante ambiciosa da Casa Branca de colocar humanos na Lua até 2024. Em entrevista ao jornal The Washington Post, o administrador da Nasa, Jim Bridenstine, afirmou que está confiante sobre o prazo, apesar de o primeiro voo do foguete feito pela Boeing ter sido adiado novamente para novembro de 2021.
A empresa de Bezos recebeu o prêmio mais alto, de 579 milhões de dólares, já a SpaceX recebeu 135 milhões de dólares. Os contratos serão para o primeiro estágio do programa e terá duração até fevereiro de 2021.
Esse é o primeiro contrato lunar da Nasa desde os anos 1960, quando a missão Apollo 11 chegou ao satélite. "Um pouso lunar está soando muito, muito real. É muito animador. Tivemos várias tentativas de voltar à Lua desde 1972, mas nenhuma se tornou realidade", afirmou Bridenstine ao Washington Post. A expectativa da agência é, no futuro, poder ter uma presença permanente na superfície da Lua.
Os astronautas devem ficar apenas alguns dias na Lua, como nas missões Apollo. O objetivo principal é estudar a região, em especial o polo sul da Lua, onde gelo já foi encontrado, para descobrir se o material poderá ser utilizado para sustentar a vida humana e até virar, quem sabe, uma forma de combustível.
Para aumentar as chances de conseguir pisar na Lua novamente nos próximos quatro anos, a Nasa pretende fazer com que os astronautas voem da espaçonave Orion, construída pela Lockheed Martin, até a órbita lunar. Mas, para que isso saia do papel e se torne realidade, a agência e o governo precisam apresentar um plano para o Congresso norte-americano, que ainda não aceitou o programa que pode custar até 35 bilhões de dólares. Outra estimativa é de que o custo total da Orion e seus sitemas similares podem chegar a custar 50 bilhões de dólares. Uma viagem cara, complicada e de prazo curto --- apesar disso, a agência acredita que "o plano será atigindo".
No último dia 17, a Nasa informou que o próximo voo espacial partindo dos EUA acontecerá no dia 27 maio e será realizado pela SpaceX, marcando o fim de um período de quase 10 anos sem lançamentos de uma missão tripulada a partir do território americano. A data, apesar da pandemia do coronavírus, ainda não foi alterada. Para essa missão, foi designado um valor de 7 bilhões de dólares. Uma vitória para a companhia de Musk.