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Na China, robôs cuidam de humanos da infância até a velhice

Um exemplo dos novos papéis dos humanoides pode ser encontrado em uma das maiores creches do país, onde três robôs são os destaques da aula

Robô: a China entrou tarde no mundo da robótica, mas em poucos anos se atualizou e tornou líder mundial na produção de robôs (VCG/Getty Images)

Robô: a China entrou tarde no mundo da robótica, mas em poucos anos se atualizou e tornou líder mundial na produção de robôs (VCG/Getty Images)

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EFE

Publicado em 5 de maio de 2017 às 08h47.

Pequim - Já estamos acostumados a ver robôs nas linhas de montagem das fábricas, mas na China, líder mundial na produção robótica, já é possível vê-los cuidando de idosos em residências ou brincando com meninos na creche.

Um exemplo dos novos papéis destes humanoides pode ser encontrado em uma das maiores creches do país, chamada "Jardim Dourado" e situada a meio caminho entre Pequim e Tianjin, onde três robôs brancos e de silhueta curva, para que pareçam inofensivos às crianças, são os destaques da aula.

As crianças, de quatro e cinco anos, se aproximam de Keeko, o robô-cuidador, o contam coisas diferentes, e ele ordena as informações e as une em um conto com música.

Na creche, onde as crianças também aprendem kung fu e caligrafia, a ideia é "combinar o tradicional com o moderno", explicou à Agência Efe uma das professoras, Gao Haiyan, e em meio dessa tarefa Keeko "ajuda a melhorar a expressão oral, a lógica e a noção espacial das crianças".

Keeko, cujo desenho lembra o Wall-E, do filme da Pixar, também dança com as crianças, faz contas e é dotado de inteligência artificial, recurso que o permite aprender com o tempo.

"Se todos o dissessem coisas negativas, ele as tomaria como corretas, o que não seria bom para as crianças, portanto intervimos muito para que as aulas fossem positivas", explicou Chen Xiaodong, responsável pela empresa Xiamen Zhitong, fabricante dos robôs Keeko.

O papel de Keeko nos primeiros anos de vida das crianças chinesas contrasta com o que a 1,2 mil quilômetros de lá, na cidade oriental de Hangzhou, desempenha A-Tai, outro robô, neste caso encarregado de ajudar os cuidadores de um asilo e tratar dos mais de 1,3 mil idosos que vivem no local.

A-Tai, um pouco mais alto que Keeko e dotado de duas simpáticas antenas azuis, é capaz de cantar ópera tradicional chinesa, a música favorita de muitos idosos, e de telefonar para os parentes dos residentes.

Ele também conversa com os idosos - embora às vezes não os entenda, porque um ou outro não fala mandarim padrão - e seu trabalho mais importante é o de lembrar aos idosos e enfermeiros quais remédios tomam e quando, algo de grande ajuda em um asilo enorme como este de Hangzhou.

O criador dos A-Tai, Shen Jianchun, disse que um dia suas "obras "substituirão os cuidadores, embora na creche de Pequim haja mais dúvidas sobre se Keeko, ou uma versão avançada deste, que já está sendo preparada, será algum dia o único professor das crianças.

"O robô é muito avançado, mas um professor tem emoções, que é indispensável para ensinar às crianças", opinou a professora Gao.

De maneira similar se expressa o inventor do Keeko, Guo Changchen, que dedicou três anos ao desenvolvimento do robô de creche e reconhece que os humanos é que devem ensinar às crianças, embora "ao explicá-las o que é a primavera, o robô possa oferecer mais conteúdo do que um professor".

A China entrou tarde no mundo da robótica, mas em poucos anos se atualizou e tornou líder mundial na produção de robôs, algo promovido pela campanha estatal "Made in China 2025", que quer transformar o gigante asiático em líder mundial de alta tecnologia em todos os aspectos.

Em 2016, a China instalou, principalmente em fábricas, 90 mil novos robôs, metade do total mundial e 30% a mais que no ano anterior, embora ainda haja muito potencial se for levado em conta que no país há somente 49 robôs para cada 10 mil trabalhadores, 10 vezes menos que na Coreia do Sul, o país mais "robotizado" do mundo.

Também começam a se desenvolver, e a aparecer timidamente nas ruas chinesas, robôs policiais capazes de controlar o transito. A ficção científica está cada vez mais perto na China.

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