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Microsoft prepara-se para nova onda de ruptura tecnológica

Documentos enviados por Bill Gates e por seu gerente de Tecnologia, Ray Ozzie, alertam diretoria para necessidade de mudar os rumos da empresa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h16.

A Microsoft corre contra o tempo para não ser tragada pela nova onda de ruptura tecnológica, que mudará os modelos de negócios das empresas pontocom e será baseada na prestação de serviços online e na geração de receitas publicitárias, entre outros. "A próxima onda de mudanças já está sobre nós", escreveu o presidente do conselho de administração da companhia, Bill Gates, em um e-mail encaminhado no final de outubro à alta cúpula.

No texto, ao qual o americano The Wall Street Journal teve acesso, Gates afirma que a nova onda, baseada nos serviços online, representará uma revolução tecnológica tão grande quanto a enfrentada pela Microsoft em 1995, quando a eclosão da internet forçou a empresa a se dedicar à criação de programas para navegação via web. "Temos concorrentes que crescerão baseados nesta abordagem e nos desafiarão, mas nossa oportunidade de liderar ainda é muito clara", diz Gates.

O documento faz eco a um e-mail anterior, enviado a Gates por seu gerente de Tecnologia, Ray Ozzie. Nele, Ozzie aborda com franqueza, ainda que de forma polida, vários problemas enfrentados pela companhia e que acarretaram a perda de diversas oportunidades de negócio. Uma das feridas reviradas pelo executivo é a emergência do Google como o principal concorrente da Microsoft. "Nós sabíamos que a busca seria importante [para os negócios em internet], mas por meio de seu foco, o Google conquistou uma posição extremamente forte", afirma (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre os planos do Google).

Outro mercado em que a companhia perdeu a chance de se tornar líder é o de chamadas de voz sobre IP (a famosa tecnologia VoIP). Embora sua ferramenta de troca de mensagens instantâneas o MSN Messenger seja capaz de realizar chamadas telefônicas via web, quem popularizou essa prática foi a Skype.

Além disso, embora o pacote de programas Office contenha várias ferramentas de navegação na internet, não se tornou o principal formato de troca de documentos online. O posto coube ao formato PDF, desenvolvido pela Adobe.

Em seu texto, Ozzie aponta empresas como o Google, Salesforce.com, Skype, Adobe e Yahoo como os maiores rivais nesta nova era tecnológica. O executivo não detalha como a Microsoft poderá recuperar o espaço perdido para essas empresas, mas sublinha a importância de conquistar uma fatia maior das receitas de publicidade online e dos serviços que passarão a ser consumidos online. "Está claro que se falharmos, nosso negócio, como o conhecemos hoje, estará correndo riscos", diz Ozzie. "Precisamos responder rápida e decisivamente."

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