Entre as habilidades de Steve Jobs, estava a de show man, encantando plateias ao anunciar novos produtos da Apple (Justin Sullivan / Getty Images)
Maurício Grego
Publicado em 5 de outubro de 2011 às 23h04.
São Paulo — Mesmo sem ser realmente surpresa, a morte de Steve Jobs, nesta quarta-feira, causou comoção no mundo da tecnologia. Jobs morreu aos 56 anos, depois de uma longa luta contra o câncer e um mês e meio depois de renunciar ao posto de CEO da Apple. A empresa que ele fundou o homenageou com uma grande foto em seu site na web e uma mensagem onde ele é chamado de “ser humano impressionante” e “gênio visionário e criativo”. Tratando-se de Jobs, essas palavras não parecem exageradas.
A família de Jobs também divulgou um comunicado em que diz que ele morreu tranquilo na companhia dos parentes próximos. Já o CEO da Apple Tim Cook enviou uma mensagem aos empregados da companhia comunicando a morte do fundador e dizendo que haverá uma celebração em breve na empresa.
Revoluções
Steve Jobs certamente teve altos e baixos ao longo da vida. Mas, desde que voltou à Apple, em 1996, até o dia em que renunciou ao cargo de CEO, em agosto deste ano, sua carreira foi uma sucessão de lances brilhantes e audaciosos. Sob seu comando, a Apple viabilizou o mercado de música digital por meio do iPod e do iTunes, redefiniu o conceito de smartphone com o iPhone e inaugurou a era dos tablets com o iPad.
E mesmo antes de tudo isso acontecer, ele já era parte da história. A fundação da Apple numa garagem, a criação do Apple II, em 1977, e a do Macintosh, em 1984, tiveram impacto profundo na então nascente indústria de computadores pessoais. Sua obsessão pelo design resultou em produtos elegantes e funcionais que marcaram tendências.
O fim
A morte de Jobs aconteceu depois de mais de sete anos de luta contra o câncer. Ele passou por uma cirurgia no pâncreas em 2004 e por um transplante de fígado em 2009. Mesmo vítima de uma doença tão grave, ele permaneceu o quanto pode à frente da Apple. Ao renunciar ao posto de CEO, em agosto, ele admitiu que não tinha mais condições de cumprir as obrigações do cargo. A mensagem em que anunciou a renúncia foi sua última comunicação pública.
Bill Gates, o fundador da Microsoft, divulgou uma mensagem em que diz estar “verdadeiramente triste” pela morte de Steve Jobs. Ele observa que conhecia Jobs havia quase 30 anos. “Fomos colegas, concorrentes e amigos ao longo de mais da metade das nossas vidas. O mundo raramente vê alguém que provoca um impacto como o que Steve provocou. Os efeitos serão sentidos por muitas gerações no futuro” diz. De fato, quando alguém for estudar a história do início do século XXI, no futuro, Jobs estará entre os protagonistas.