Tecnologia

Montadoras atraem jovens com dispositivos eletrônicos

Entre as novidades apresentadas no Salão de Detroit estão um carro que se transforma em videogame e outro que se liga ao Facebook

O BMW Mini, que pode se transformar em videodame ou em DJ (Stan Honda/AFP)

O BMW Mini, que pode se transformar em videodame ou em DJ (Stan Honda/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 16h22.

Detroit - Painéis com dispositivos eletrônicos, motores turbo e um desenho elegante são as ofertas que os fabricantes de veículos usam para tentar atrair consumidores jovens, mais interessados pelos computadores do que por carros.

O Mini BMW é o veículo mais modificado da Feira do Automóvel de Detroit, com possibilidades como transformar o auto em um videogame ou em um DJ, usando um "joystick" para navegar pela tela circular cromada.

O carro também permite transformar a eficiência energética em um jogo que mostra um gráfico com um aquário que se esvazia se o motorista consumir muito combustível acelerando ou freando muito rápido.

Tecnologia de reconhecimento de voz, conexão Bluetooth, sistemas de navegação que rastreiam a localização de amigos no Facebook, acesso a estações de rádio online, críticas de restaurantes e motores de busca estão se transformando em funcionalidades normais para os fabricantes que tentam chamar a atenção de uma geração criada na era digital.

As vendas de carros na faixa etária abaixo dos 30 tem sido fracas nos últimos anos, mas o que talvez seja mais preocupante é que os adolescentes nos Estados Unidos já não correm para tirar a carteira de motorista assim que completam a idade mínima, como um rito de amadurecimento.

"O mais importante sobre o mercado juvenil é saber se os automóveis lhes interessam ou não", disse à AFP Jeremy Anwyl, presidente do site de carros Edmunds.com.

O mercado de consumidores com menos de 30 anos é formado por 80 milhões de pessoas nos Estados Unidos e representa 40% dos compradores em potencial, com poder aquisitivo coletivo e uma influência de quase um bilhão de dólares.

"Seria um passo em falso imaginar os jovens como um grupo sem matizes", afirmou Bob Carter, executivo de vendas da Toyota nos Estados Unidos.

Enquanto há jovens que se declaram atraídos pelos modelos de carros com carroceria imponente e grande rendimento, outros buscam opções mais ecológicas. Alguns querem modelos sedan ou utilitários para poder carregar suas bicicletas, pranchas de surf e levar seus amigos, enquanto outros consumidores buscam pequenos modelos com um desenho urbano.


"O denominador comum de todos estes veículos é um alto nível de conteúdo, especialmente quanto à tecnologia", expressou Carter em uma entrevista durante a Feira do Automóvel de Detroit.

"Contudo, temos que fazer isso de forma responsável, sem que isso seja uma distração", afirmou.

Neste sentido, a Toyota desenvolveu uma linha completa - Scion - para agradar os jovens que buscam um estilo que vá além das opções oferecidas a seus pais.

"Se fala muito da democratização do luxo", afirmou Mark Templin, gerente geral da marca de luxo da Toyota, Lexus, durante a Feira.

"É uma geração que cresceu na opulência. Os jovens se veem atraídos pelas compras de luxo... sejam utensílios de cozinha, bolsas ou carros, querem produtos de primeira qualidade".

Contudo, a persistente recessão também levou os jovens a buscar um valor agregado, afirma Mark Reuss, presidente da divisão para a América do Norte da General Motors.

Por este motivo a GM está ampliando sua oferta de veículos pequenos como o Chevy Cruz, o Sonic ou o modelo Spark e usando o desenho para que pareçam "confiáveis, caros e rápidos".

"Quem sabe é possível fazer com que os jovens se apaixonem por uma marca de automóveis da mesma forma que acontece com a de um telefone, de um laptop ou de uma rede social?", afirmou.

"O que eu posso dizer é que, se há uma forma de fazê-lo, a Chevrolet vai encontrá-la", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosCarros high techSalão de DetroitSalões de automóveisVeículos

Mais de Tecnologia

Engenheiro brasileiro cria moto elétrica projetada para o Brasil e custando R$ 24.990

Meta enfrenta novos desafios regulatórios na União Europeia com serviço de assinatura

Pacientes se consultam com hologramas em hospital no Texas

Mais na Exame