Tecnologia

Microsoft vira Hollywood com investida em programação

Companhia planeja lançar globalmente a partir de junho o novo estúdio de televisão Xbox


	Pessoas no evento que lançou oficialmente o Xbox One: estúdio agora tem seis séries programadas e mais de uma dúzia de projetos em desenvolvimento
 (Reuters/Lucas Jackson/Reuters)

Pessoas no evento que lançou oficialmente o Xbox One: estúdio agora tem seis séries programadas e mais de uma dúzia de projetos em desenvolvimento (Reuters/Lucas Jackson/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 18h00.

Seatle/São Francisco - A Microsoft se tornará Hollywood com um elenco que inclui os comediantes Sarah Silverman e Seth Green, jogadores aspirantes à Copa do Mundo e robôs assustadoramente humanos.

Todos estão envolvidos em programas que o novo estúdio de televisão Xbox, da Microsoft, planeja lançar globalmente a partir de junho.

Chefiado pela ex-chefe da CBS, Nancy Tellem, que a Microsoft contratou 19 meses atrás para construir uma usina de TV do zero, o estúdio agora tem seis séries programadas -- incluindo um thriller de ficção científica chamado “Humans” sobre trabalhadores robôs humanoides -- e mais de uma dúzia de projetos em desenvolvimento.

Trata-se de um terreno não familiar para a maior produtora de softwares do mundo, que tem zero experiência em programação original de TV e está atacando em um campo disputado, no qual Netflix e Amazon.com geraram sucessos como “House of Cards”. Contudo, a Microsoft está apostando no novo estúdio para produzir programas que atrairão consumidores para seu console de jogos Xbox, atrair assinantes para seu serviço on-line Xbox Live e possivelmente reforçar uma rede de entretenimento de consumidores domésticos que manterá unidos os dispositivos da empresa.

“A TV, a forma de entretenimento de maior alcance que você pode encontrar, é uma parte fundamental” da sedução de consumidores para a Microsoft, disse Phil Spencer, que na semana passada foi nomeado chefe da Xbox.

Visão do consumidor?

A Microsoft está avançando com os programas originais mesmo que o novo CEO, Satya Nadella, tenha ainda que articular plenamente seus planos voltados ao consumidor da empresa. A produtora de softwares com sede em Redmond, Washington, somou ao seu conselho um investidor-ativista da ValueAct Holdings que quer que a empresa mude seu foco, distanciando-se de iniciativas caras voltadas ao consumidor.


Os dois mais altos executivos que iniciaram a investida em programação -- o ex-chefe da Xbox, Don Mattrick, e o CEO Steve Ballmer -- também se foram.

Uma forma pela qual Tellem, que fez parte da equipe que estreou “Friends” e “ER”, planeja diferenciar a Microsoft é adicionando aspectos interativos para cada programa para fazer uso da tecnologia do Xbox. Suas primeiras ofertas são um reality show de futebol de rua chamado “Every Street United”, agendado para a época da Copa do Mundo, além do thriller de robôs “Humans”, baseado em uma série sueca.

O estúdio também produzirá um esquete de comédia com Silverman e o canal de comédia Jash, de Michael Cera, e um programa em stop-motion com o estúdio Stoopid Buddy Stoodios, de Green, que produz o vencedor do Emmy “Robot Chicken”. Além disso, a Microsoft pediu um piloto para a série sem roteiro “Fearless”, na qual o mergulhador desativador de bombas da Marinha australiana Paul de Gelder, que perdeu vários membros em um ataque de tubarão, ajuda as pessoas a tentar tornar o mundo um lugar melhor.

A Microsoft também precisa estimular as vendas do Xbox One, que têm sido mais baixas que as do PlayStation 4, da Sony, nos últimos meses. Michael Pachter, analista da Wedbush Securities Inc., calcula que cada Xbox vendido rende US$ 1.000 à Microsoft, entre jogos, programas e serviço on-line. O Xbox teve vendas de US$ 7 bilhões no ano fiscal terminado em 30 de junho de 2013.

O estúdio também está trabalhando em uma forma de salvar o fluxo de comentários sociais juntamente com os eventos ao vivo. Isso permite aos espectadores que assistem a um grande jogo ou ao episódio final de um programa, algumas horas depois, ver os principais tweets ou postagens no Facebook relacionados aos eventos. Entre outras ideias estão uma forma experimental de escanear o rosto dos espectadores e colocá-los na plateia, em uma cena do programa.

“Nós tentaremos uma série de coisas diferentes e nem tudo funcionará”, disse Levin, que atua como vice-presidente-executivo do estúdio. “Estamos tentando diferentes modelos de negócio, diferentes formas de interatividade e uma carteira bastante ampla de conteúdo”.

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