Microsoft quer ressuscitar pessoas em um robô virtual
A patente pega imagens, gravações e conversas de uma pessoa específica e cria conversas realistas
Laura Pancini
Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 11h09.
A gigante Microsoft entrou com uma patente que pode significar que uma pessoa, ou pelo menos sua personalidade, nunca irá desaparecer por completo.
Intitulada "Criando um chat bot conversacional de uma pessoa específica", a patente foi enviada ao Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos e chamou a atenção por sua proposta diferenciada.
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Capturando dados como“ imagens, dados de voz, postagens em mídias sociais, mensagens eletrônicas e cartas escritas ”, como está descrito na patente, o chat bot (nome dado aos programas que simulam pessoas reais) transformaria essas informações em um bate-papo virtual com a pessoa escolhida.
Com vídeos e gravações, é possível até que o programa de computador soe como a pessoa real. Eleserá treinado para analisar e utilizar características como dicção, tom de voz e estilo de fala.
Modelos 2D ou 3D também "podem ser gerados usando imagens, informações de profundidade e dados de vídeo associados à pessoa específica”, de acordo com o documento da patente.
Caso o bot não tenha dados para responder algum tema da conversa, ele irá buscar dados de conversação de crowdsourcing. Isso pode significar que, em alguns casos, uma opinião que a pessoa digitalizada não tenha seja dita por ela.
O chat bot não é limitado a quem já passou para o outro lado. Figuras públicas ou históricas, personagens fictícios, "uma entidade passada ou presente (ou uma versão dela)" ou até criar umbotde si mesmo são possibilidades.
As semelhanças da patente com o episódio de Black Mirror, "Be Right Back", no qual uma mulher não supera a morte do marido e cria uma versão virtual e extremamente realista dele, preocupam usuários. Mas, de acordo com a Input Magazine , é possível que a Microsoft só esteja querendo melhorar seu atendimento ao cliente.
Porém, a patente da empresa de Satya Nadella pode ser o início de uma era de "fraudes cibernéticas e roubo de identidade", além de violações de privacidade ou consentimento de quem não gostaria de ser transformado em um bot. Será necessário o anúncio de um protótipo para ter mais certeza do que virá por aí.