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Microdose de Ozempic: startup Noom lança programa voltado para prevenção

Plataforma de saúde digital americana oferece medicamento em doses baixas por US$ 149 mensais para usuários com IMC a partir de 21; estratégia mira mercado de longevidade estimado em US$ 8 trilhões até 2030

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 10h49.

 

A Noom, plataforma americana de saúde digital conhecida por seu aplicativo de mudança de hábitos alimentares, lançou um programa que combina medicamentos da classe GLP-1, que inclui Ozempic e Mounjaro, em microdoses com monitoramento de biomarcadores e coaching comportamental.

O serviço, batizado de Proactive Health Microdose GLP-1 Rx, custa US$ 149 por mês (cerca de R$ 900) e está disponível para pessoas com índice de massa corporal (IMC) a partir de 21 — patamar inferior ao exigido tradicionalmente para prescrição desses fármacos. Os agonistas de GLP-1, classe de medicamentos que inclui semaglutida (princípio ativo do Ozempic e Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro), são aprovados para tratamento de diabete tipo 2 e obesidade.

https://exame.com/ciencia/empresa-testa-ozempic-para-gatos-obesos/

A prescrição costuma exigir IMC igual ou superior a 30, ou acima de 27 em casos de comorbidades associadas. A proposta da Noom se diferencia das ofertas tradicionais de GLP-1 ao posicionar o medicamento como ferramenta de saúde preventiva, e não de emagrecimento.

O programa inclui envio de doses personalizadas aos usuários e exames de sangue domiciliares a cada quatro meses, que monitoram 17 biomarcadores relacionados à saúde metabólica, cardiovascular e hormonal. Os resultados são integrados ao aplicativo da empresa, que já oferece ferramentas de construção de hábitos.

O lançamento ocorre em um momento de expansão acelerada do uso de GLP-1 nos Estados Unidos. Pesquisa da Gallup indica que 12,4% dos adultos americanos relatam usar medicamentos como Ozempic e Wegovy para perda de peso — mais que o dobro do registrado no início de 2024. O crescimento é impulsionado principalmente por adultos de meia-idade.

Dados da Ro, empresa de telemedicina, apontam que a familiaridade com os medicamentos influencia diretamente a percepção pública: pessoas que conhecem alguém que usa GLP-1 tendem a ter visão mais favorável sobre a classe.

No Brasil, medicamentos GLP-1 como Ozempic e Wegovy são regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e exigem prescrição médica. Não há, até o momento, anúncio de expansão do programa da Noom para o mercado brasileiro.

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