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Menos Spotify, mais TikTok: Daniel Ek quer distância de podcasts caros e sérios

Com a demissão de 1.500 funcionários, o CEO do Spotify mira em uma operação mais rentosa e apta para expandir em um mercado já dominado

Daniel Ek: CEO do Spotify (Drew Angerer/Getty Images)

Daniel Ek: CEO do Spotify (Drew Angerer/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 6 de dezembro de 2023 às 08h44.

Última atualização em 6 de dezembro de 2023 às 08h51.

A Spotify enfrenta um período de reestruturação significativo, anunciando na segunda-feira, 6, a demissão de 17% de sua força de trabalho, cerca de 1.500 funcionários.

Essa medida, visando maior eficiência operacional, supera os cortes anteriores de 2023, que totalizaram cerca de 800 desligamentos. As demissões atingem diversas áreas, incluindo produto, conteúdo e publicidade, e também a operação brasileira da empresa.

O CEO Daniel Ek, em carta aos empregados, mencionou a necessidade de ações substanciais para alcançar os objetivos financeiros da companhia, apesar dos recentes relatórios positivos de desempenho.

As demissões, embora surpreendentes diante do crescimento econômico e lucros da empresa, parecem visar mais a satisfação dos investidores do que responder a fatores macroeconômicos. Reflexo disso é a valorização de quase 11% nas ações da Spotify desde o anúncio.

Entre as principais mudanças, destaca-se a redução do investimento da Spotify em podcasts narrativos aprofundados. Programa inclusive premiados com Pulitzers, como o "Heavyweight" e "Stolen", do estúdio que comprou em 2019 Gimlet, foram cancelados.

Essa decisão marca um afastamento dos podcasts narrativos aprofundados, um nicho no qual a Spotify havia investido anteriormente. A posição agora indica ser uma plataforma como YouTube, onde a curadoria e validação do que é bom é feita pela própria comunidade. Do ponto de vista de consumo, a direção pode ser ter mais do TikTok no DNA do Spotify.

As reações do setor destacam o valor e a qualidade dessas produções, com comentários críticos surgindo em várias plataformas.

No departamento de publicidade, os cortes também são significativos. Entre os executivos desligados está Dave Byrne, diretor de integridade da plataforma global de publicidade da Spotify e ex-líder de segurança de marca no TikTok.

A função de segurança de marca, crucial para garantir a adequação dos anúncios às audiências e conteúdos, agora parece estar diluída entre várias equipes.

Por fim, Ek sinaliza que a Spotify pode continuar com sua estratégia de fusões e aquisições, visando alocar capital em oportunidades de maior retorno.

Esse aspecto sugere que, apesar dos recentes desligamentos e da reestruturação interna, a empresa ainda está focada em expansão e crescimento no mercado, mesmo sendo a líder do setor que ajudou a criar.

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