Mega investe em criptografia para se livrar da Justiça
Kim Dotcom convocou um time de advogados para tentar blindar o novo serviço de acusações de pirataria
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2013 às 15h16.
São Paulo - Mais do que uma interface funcional e um data center eficaz, o novo Mega apresenta uma engenhosa criptografia para proteger seus arquivos da ação de advogados, policiais e, principalmente, juízes americanos.
Para conseguir isso, além de desenvolvedores e engenheiros, Kim Dotcom convocou um time de advogados para tentar blindar o novo serviço de acusações de pirataria. A missão do time jurídico foi descobrir brechas nas leis dos países que mais combatem o download de arquivos para evitar novos processos – como os que culminaram no fechamento do Megaupload em janeiro de 2012.
Na época, a justiça americana, que o acusava de vários crimes, entre eles pirataria, conseguiu acessar os servidores do data center que armazenava os dados dos usuários do Megaupload e descobrir filmes, músicas e software protegidos por copyright sendo livremente compartilhados.
A comprovação de que o Megaupload armazenada filmes e músicas protegidas complicou Dotcom. E ele não conseguiu se defender de forma convincente da acusação de que ajudava na distribuição ilegal de conteúdo protegido, mesmo alegando que os dados dos usuários eram sigilosos.
Para evitar o mesmo problema com o Mega, Dotcom e seus advogados descobriram que uma das maneiras é criptografar os dados que são armazenados no serviço. A tecnologia deixa o arquivo armazenado, como um vídeo ou uma música, “fechado”. Assim, o arquivo só pode ser aberto por quem tem a chave para desencriptar.
Com a criptografia, Dotcom poderá argumentar que não tem como saber o que é guardado em seus servidores. Mesmo que a Justiça americana peça os dados de seus usuários para investigação, dificilmente conseguirá quebrar a chave de criptografia e ver o conteúdo dos arquivos. Ainda que a Justiça encontre sinais de pirataria no novo Mega, Dotcom se livraria de processos que podem levá-lo à prisão, pois ele argumentará que não tem a chave que abre os arquivos, logo, não tem ciência da troca de arquivos protegidos.
Em suas recentes entrevistas, Dotcom deixou claro que a única maneira de fechar o Mega seria tornar a criptografia ilegal. Mas ele duvida que isso aconteça: os países democráticos não fariam leis para derrubar a privacidade das pessoas, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, que levam o tema muito a sério. Além do mais, privacidade na web é algo que as Nações Unidas considera um direito básico.
O Mega, em tese, estará a salvo da polícia, dos advogados e dos juízes americanos. Mas Dotcom, não. Ele, a qualquer momento, pode ser preso por seu passado recheado de confusões, acusações de lavagem de dinheiro e, ainda, ligações com o crime organizado.
São Paulo - Mais do que uma interface funcional e um data center eficaz, o novo Mega apresenta uma engenhosa criptografia para proteger seus arquivos da ação de advogados, policiais e, principalmente, juízes americanos.
Para conseguir isso, além de desenvolvedores e engenheiros, Kim Dotcom convocou um time de advogados para tentar blindar o novo serviço de acusações de pirataria. A missão do time jurídico foi descobrir brechas nas leis dos países que mais combatem o download de arquivos para evitar novos processos – como os que culminaram no fechamento do Megaupload em janeiro de 2012.
Na época, a justiça americana, que o acusava de vários crimes, entre eles pirataria, conseguiu acessar os servidores do data center que armazenava os dados dos usuários do Megaupload e descobrir filmes, músicas e software protegidos por copyright sendo livremente compartilhados.
A comprovação de que o Megaupload armazenada filmes e músicas protegidas complicou Dotcom. E ele não conseguiu se defender de forma convincente da acusação de que ajudava na distribuição ilegal de conteúdo protegido, mesmo alegando que os dados dos usuários eram sigilosos.
Para evitar o mesmo problema com o Mega, Dotcom e seus advogados descobriram que uma das maneiras é criptografar os dados que são armazenados no serviço. A tecnologia deixa o arquivo armazenado, como um vídeo ou uma música, “fechado”. Assim, o arquivo só pode ser aberto por quem tem a chave para desencriptar.
Com a criptografia, Dotcom poderá argumentar que não tem como saber o que é guardado em seus servidores. Mesmo que a Justiça americana peça os dados de seus usuários para investigação, dificilmente conseguirá quebrar a chave de criptografia e ver o conteúdo dos arquivos. Ainda que a Justiça encontre sinais de pirataria no novo Mega, Dotcom se livraria de processos que podem levá-lo à prisão, pois ele argumentará que não tem a chave que abre os arquivos, logo, não tem ciência da troca de arquivos protegidos.
Em suas recentes entrevistas, Dotcom deixou claro que a única maneira de fechar o Mega seria tornar a criptografia ilegal. Mas ele duvida que isso aconteça: os países democráticos não fariam leis para derrubar a privacidade das pessoas, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, que levam o tema muito a sério. Além do mais, privacidade na web é algo que as Nações Unidas considera um direito básico.
O Mega, em tese, estará a salvo da polícia, dos advogados e dos juízes americanos. Mas Dotcom, não. Ele, a qualquer momento, pode ser preso por seu passado recheado de confusões, acusações de lavagem de dinheiro e, ainda, ligações com o crime organizado.