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Lula questiona EUA por suposta espionagem a Dilma

Além dos questionamentos, o ex-presidente sugeriu a criação de um 'sistema de governabilidade global' para discussão de decisões importantes

lula (Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 15h33.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva questionou nesta quarta-feira em São Paulo o governo dos Estados Unidos pela suposta espionagem à presidente Dilma Rousseff.

"Qual foi o crime que Dilma cometeu?", perguntou Lula em tom irônico durante seu discurso no fórum "Um mundo sem fome: estratégias de superação da miséria", do qual participaram representantes de Brasil, África e América Latina.

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"Nós precisamos levar a sério a questão da democracia ou, por acaso, podem o senhor (Barack) Obama e seu esquema de inteligência espionar as conversas de nossa presidente?", questionou.

Documentos supostamente entregues pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "The Guardian" que vive no Rio de Janeiro, revelam que o órgão espionou as comunicações de Dilma.

Além disso, no domingo outros documentos vazados da mesma forma indicam que a Petrobras foi outro alvo dos espiões americanos, segundo um relatório divulgado em uma reportagem da "TV Globo".

Na semana passada, Dilma apresentou pessoalmente o assunto ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a reunião de líderes do G20 na cidade de São Petersburgo, na Rússia.

Após um encontro privado com Obama, a presidente disse que este se comprometeu a dar explicações.

Dilma também condicionou a visita de Estado que deve fazer a Washington no dia 23 de outubro a essas explicações que aguarda da Casa Branca.

Em relação a esse tipo de caso, Lula propôs durante o fórum a criação de um "sistema de governabilidade global" para que decisões importantes não se concentrem em poucos países.

"Me assusta profundamente que algumas pessoas queiram negar a democracia, os partidos políticos e as entidades no Brasil. Não é possível ter democracia se negamos a existência dos partidos políticos", declarou o ex-presidente, que citou como exemplo de democracia a recente onda de protestos por diversas reivindicações sociais.

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