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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h44.
Leia a seguir mais trechos da entrevista com Frank Dunn, o CEO da fabricante de infra-estrutura de telecomunicações Nortel Networks. Dunn assumiu o cargo há dois anos e levou a empresa de um prejuízo de 27,3 bilhões de dólares em 2001 para a lucratividade no primeiro semestre deste ano.
O senhor diz que a Nortel tem um novo foco. Qual é esse novo foco?
Veja, apesar da situação do mercado, as inovações no setor foram enormes nos últimos dois anos. A nossa visão é de que as múltiplas redes que existem hoje (redes fixas, de telefonia celular, redes locais sem fio, como o padrão Wi-Fi) vão todas ser intercomunicar. As barreiras deixarão de existir. Para isso, vamos migrar para a transmissão de pacotes de dados (como a Internet funciona hoje). Isso vai permitir que ofereçamos não somente voz, mas também serviços de dados integrados.
As novas redes sem fio locais que usam o padrão Wi-Fi são uma ameaça ao negócio da Nortel e das operadoras de telefonia?
Hoje, eu diria que essas redes não têm um modelo de negócios sustentável. Custam muito caro para instalar e operar. Acredito que ainda vão surgir inovações para lidar com isso, mas hoje elas não são rentáveis. Estamos trabalhando nisso. Acredito que as redes Wi-Fi serão muito importantes e vão complementar as redes celulares. Mas é preciso ter integração. Hoje, você pode entrar na internet por meio de uma conexão Wi-Fi de um café. Mas, quando sai para a rua, a conexão se perde.
A Nortel acaba de anunciar um grande investimento na China. Por que a Ásia foi escolhida?
É preciso estar perto dos clientes para entender, em primeiro lugar, as nuances de cada mercado, seja ele na Ásia ou na América Latina. É preciso estar perto dos clientes. A China é um mercado muito grande para a Nortel e tem muitas pessoas talentosas. Mas é claro que a América Latina e o Brasil continuam sendo de vital importância para o nosso negócio. Temos um centro de desenvolvimento importante em Campinas, no qual continuaremos a investir.