Nos últimos tempos, a turma do pingüim leva cada vez mais a sério a idéia de transformar o sistema operacional Linux numa opção ao Windows para o desktop. Agora, o ambiente gráfico KDE 2.2.1 deu um salto nessa direção. O software traz avanços óbvios e proporciona uma integração entre os aplicativos - e deles com a internet - sem precedentes no mundo do Linux.

Um avanço da nova versão beneficia o internauta. O novo browser Konqueror é compatível com todos os padrões da internet, como JavaScript, Java, XML, HTML 4.0, CSS1 e CSS2 (Cascade Style Sheets) e SSL (Secure Socket Layer). O navegador do KDE também suporta controles ActiveX como Shockwave e plug-ins do Netscape para tecnologias como Flash, RealAudio e RealVídeo. Ou seja, o usuário Linux pode navegar tranqüilamente pela web e visualizar qualquer site, sem impedimentos.

Além de atuar como browser, o Konqueror funciona como gerenciador de arquivos e visualizador de documentos. Seu destaque são as opções de configuração para que o usuário encontre a melhor forma de uso do produto. Como gerenciador de arquivos, por exemplo, o Konqueror pode ser configurado para abrir cada diretório numa nova janela.

Na primeira vez que o KDE é executado por um dos usuários do computador, o Assistente de Configuração da Área de Trabalho KPersonalizer é acionado. Em cinco passos, ele ajuda a configurar o ambiente de trabalho, incluindo a escolha do tema, os sons associados aos eventos, as animações do menu etc. Ótimo para novos usuários, o recurso é desaconselhável para quem só está atualizando o ambiente gráfico, já que as configurações definidas com a ajuda do assistente se sobrepõem a todos os ajustes anteriores. Mas a definição de preferências não se restringe ao trabalho do KPersonalizer. Semelhante ao Painel de Controle do Windows, o Centro de Controle do KDE é o espaço indicado para todo tipo de ajuste relacionado ao ambiente gráfico.

Apesar de não ser o foco da nova versão, a interface do KDE também recebeu alguns aprimoramentos. Para não sobrecarregar a barra de tarefas, o novo KDE pode abrir um menu para apresentar as janelas associadas a um programa. Cada nova janela do Konqueror, por exemplo, entra como um item no menu do navegador na barra de tarefas. Com o novo KDA, quando se clica sobre o atalho de um programa, seu ícone pisca continuamente, indicando que a aplicação está sendo aberta. São mudanças sutis, sem dúvida, mas capazes de tornar o uso do ambiente gráfico mais fácil e agradável, principalmente para usuários leigos em Linux.

Um dos principais problemas do KDE continua sendo o consumo excessivo de memória RAM. O uso do disco rígido também é considerável. A distribuição completa da versão 2.2.1 é composta de 130 arquivos, totalizando 180 MB. Quem baixar os arquivos estritamente necessários vai gastar 55 MB de área de armazenamento. Apesar de bastante depurado, o ambiente gráfico também não está livre de alguns bugs. No teste do INFOLAB, dez minutos após a instalação o sistema emitiu um alerta de cookie, mesmo não havendo nenhum browser aberto. Para fins de avaliação, o controle de segurança foi, então, ajustado para o nível mínimo e todos os cookies apagados. No final do dia, a lista de cookies apresentava mais de 160 itens. Detalhe: grande parte dos sites que haviam plantado cookies nunca foi acessada pelo computador em uso.

De quebra, mais de 100 programas
Quem instala a distribuição completa do KDE 2.2.1 é contemplado com mais de 100 programas. Nessa lista figuram desde aplicações multimídia a ferramentas de desenvolvimento, passando por programas de rede, administração e gerenciamento de informações pessoais. O principal destaque é o KOffice, por si só um conjunto de programas para escritórios. Usuários de palmtop podem contar com a ferramenta KPilot para sincronizar dados entre aplicações KDE e o computador de mão. Para quem quer curtir um som, há o KDE Media Player, programa que suporta os formatos WAV e MP3, e o Kscd, um cd player gráfico. Novidade do KDE 2.2.1, o Kate (KDE Advanced Text Editor) possibilita a abertura de vários arquivos ao mesmo tempo, além de incluir recursos especiais para administradores e programadores.