Instagram é a principal plataforma para redes de violência contra crianças, diz relatório
Relatório da Universidade de Stanford e do Wall Street Journal identificaram na rede da Meta perfis que levam até grupos de distribuição de conteúdo criminoso
Agência de notícias
Publicado em 9 de junho de 2023 às 10h12.
Última atualização em 9 de junho de 2023 às 10h13.
O Instagram é a principal plataforma utilizada por redes de pedófilos para promover e vender conteúdo que exibe abuso sexual de menores, diz um relatório da Universidade de Stanford e do Wall Street Journal (WSJ).
"Grandes redes de contas com a aparência de serem utilizadas por menores publicitam abertamente material de abuso sexual infantil para venda", disseram na quarta-feira pesquisadores do Centro de Política Cibernética da prestigiada universidade do Vale do Silício.
- Vale (VALE3) precifica US$1,5 bilhão em bonds com vencimento em 2033
- Lançamentos da Disney+ em junho de 2023: veja os filmes e as séries
- Reforma tributária: Haddad confirma que União vai financiar fundo para estados e municípios
- Anúncio de programa de carros mais baratos deverá ser feito ainda hoje, afirma Haddad
- Comissão Europeia aprova uma vacina contra o vírus que provoca a bronquiolite
- Comprei uma casa 10 anos antes de casar e não tenho filhos. Meu marido tem direito a herança?
"O Instagram é atualmente a plataforma mais importante para estas redes devido a características como algoritmos de recomendação de conteúdo e mensagens diretas, que ajudam a conectar compradores e vendedores", acrescentaram.
Além disso, pedófilos e as redes citadas não precisam mostrar muito engenho para conseguir seus objetivos. Segundo o WSJ,uma simples busca de palavras-chave explícitas sobre o tema leva a contas que usam essas hashtags para oferecer conteúdo com abuso sexual de menores.
Muitos desses perfis "afirmam ser operados pelos próprios menores e usam pseudônimos abertamente sexuais", detalha o artigo.
As contas não dizem diretamente que estão vendendo tais imagens, mas contam com menus com opções, inclusive, em alguns casos, para solicitar atos sexuais específicos.
Os pesquisadores de Stanford também detectaram ofertas de vídeos com zoofilia e autoflagelação.
"A um certo preço, as crianças estão disponíveis para 'encontros' em pessoa", continua o texto.
O relatório destaca o papel desempenhado pelos algoritmos da rede social: uma conta de teste criada pelo jornal foi "inundada com conteúdo que sexualiza crianças" depois de clicar em algumas dessas recomendações.
O que dizem as empresas
A Meta, empresa matriz do Instagram, não respondeu de imediato a um pedido de comentário da AFP.
Segundo o WSJ, a gigante das redes sociais reconheceu que tem dificuldades em seus serviços de segurança e disse que havia criado um "grupo de trabalho" para tratar do problema.
Em março, fundos de pensões e de investimento apresentaram uma denúncia contra a Meta por "fazer vista grossa" ao tráfico de pessoas e à pedofilia em suas plataformas.
O Instagram também é acusado regularmente por associações e autoridades de não proteger o suficiente as crianças contra os riscos de assédio, dependência e problemas de imagem pessoal.