Segundo entidade, projeto "foi motivado pelo desejo de apoiar o modelo fundado na participação que o ICANN possui ao aumentar a pegada digital da organização, colocando mais pessoas para entender, engajar e se envolver com o ICANN" (Andrew Cowie/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2013 às 15h55.
Tida pelo ministro Paulo Bernardo como um órgão centralizador na regulamentação da Internet, a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), uma sociedade sem fins lucrativos que é responsável pelo gerenciamento de nomes de domínios usados na rede e administração dos servidores raiz (uma espécie de lista telefônica da Internet), está lançando nesta segunda-feira, 15, uma plataforma digital colaborativa para promover o avanço da rede.
Chamado de ICANNLabs, o espaço está sendo promovido em um site que permite o cadastro de qualquer pessoa ou empresa para participar do processo. Naturalmente, o propósito também é deixar a entidade norte-americana mais relevante ao expandir o conceito plurilateral no qual é baseada.
Segundo comunicado da entidade, o projeto "foi motivado pelo desejo de apoiar o modelo fundado na participação que o ICANN possui ao aumentar a pegada digital da organização, colocando mais pessoas para entender, engajar e se envolver com o ICANN".
O projeto pretende ainda divulgar as colaborações de forma transparente. O órgão diz que, por ser construído no modelo multilateral baseado em tecnologia para compartilhar, colaborar e contribuir, deveria aumentar seus horizontes.
"O ICANN remete aos domínios e rotas da Web, então é estranho que não tenhamos tirado o máximo das possibilidades oferecidas pelas ferramentas digitais", afirma o texto no blog do ICANNLabs.
A iniciativa é dividida em categorias: descoberta, colaboração, comunicação e educação. A ideia é aceitar as propostas, trabalhar nas hipóteses e, eventualmente, aplicá-las como protótipos em diferentes escalas caso atendam a requisitos. O projeto é uma parceria com a Neo, que ajuda na inovação de produtos.
Críticas brasileiras
Na semana passada, em decorrência das acusações de monitoramento das comunicações brasileiras por parte do governo dos Estados Unidos, o ministro Paulo Bernardo criticou de forma pesada o ICANN. Bernardo disse que a governança da rede está "absolutamente centralizada nos EUA e as regras da Internet são estipuladas e fixadas por uma entidade privada americana com sede na Califórnia".
Além de ter projetos para abrir escritório no Brasil, a entidade conta com um representante brasileiro: Everton Lucero, nomeado em fevereiro deste ano como gerente de engajamento participativo para o Brasil. Lucero tem experiência de 20 anos como diplomata no ministério de Relações Exteriores, além de ter trabalhado como conselheiro da embaixada brasileira em Washington.