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Holandês promete preservar tatuagens dos mortos

Cerca de 30 pessoas já destinaram em testamento a sua pele para o empreendimento, em troca de algumas centenas de euros

tatuagem (Getty Images)

tatuagem (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 07h31.

Quando a mãe de Floris Hirschfeld morreu, há dois anos, ele mandou tatuar o retrato dela nas costas. Ele espera que um dia a imagem, com pele e tudo, adorne a parede de algum colecionador de arte.

Parece alguma história macabra, mas em breve ela poderá se tornar realidade com a ajuda de um holandês que montou uma empresa que preserva tatuagens dos mortos.

"Todos passam a vida em busca da imortalidade, e este é um jeito simples de conseguir um pedaço dela", disse Peter van der Helm, o tatuador que teve a ideia. "Todo mundo que tem tatuagem tem essa ideia. Não é uma ideia nova, só achamos um jeito de realmente fazer." Hirschfeld e cerca de 30 outros clientes do ateliê de tatuagem Walls and Skin, escondido em uma casa à beira de um canal na cidade holandesa, já destinaram em testamento a sua pele para o empreendimento, em troca de algumas centenas de euros.

Quando essas pessoas morrerem, um patologista holandês retirará a tatuagem e a congelará ou preservará em formol, idealmente num prazo de 48 horas. Então o material será remetido para um laboratório no exterior, onde um procedimento de 12 semanas extrairá a água da pele e a substituirá por silicone.

Hirschfeld, que não tem irmãos nem filhos, não sabe ainda quem herdará sua tatuagem, mas sabe que a deseja preservar.

"As pessoas têm animais empalhados nas suas casas, então por que não pele?", disse Hirschfeld, que tem o corpo todo tatuado do pescoço para baixo. "Se você olhar algumas velhas lojas de tatuagens, sempre há um jarro com uma água especial e um pedaço de pele dentro, e não parece terrível. Desse jeito parece muito melhor, então se eu posso preservar assim, aí sim, por favor!" Van der Helm disse que seu objetivo é acima de tudo preservar as melhores obras de tatuadores habilidosos. "Vincent van Gogh era um homem pobre ao morrer. Você e eu não podemos comprar um Van Gogh", disse ele. "Tatuar é a forma popular de arte."

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