Greve dos caminhoneiros pode deixar país com falhas de celular e internet
Sem combustível, empresas do setor não têm como realizar serviços de manutenção; sindicato pede prioridade à Anatel
Lucas Agrela
Publicado em 28 de maio de 2018 às 14h37.
Última atualização em 28 de maio de 2018 às 14h42.
São Paulo – Diante da greve dos caminhoneiros , SindiTeleBrasil, sindicato das empresas de telecomunicações , pede prioridade para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) no abastecimento de veículos de manutenção das teles, a fim de garantir o funcionamento da rede no caso de grandes falhas.
O pedido é de que as operadoras sejam atendidas de acordo com o Decreto de Garantia da Lei e da Ordem, assinado na última sexta-feira (25) pelo presidente Michel Temer, diante das complicações da greve dos caminhoneiros, que hoje está em seu oitavo dia. O decreto também permite que as Forças Armadas atuem no desbloqueio de rodovias.
O sindicato argumenta que não abastecer os veículos de manutenção pode prejudicar as telecomunicações do país, o que afetaria os consumidores, empresas e serviços essenciais, como saúde e segurança pública. No pior dos cenários previstos, o país pode ficar sem internet móvel, sem telefone e sem SMS.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico , Juarez Quadros, presidente da Anatel, afirmou que a greve dos caminhoneiros pode afetar serviços telefonia móvel e internet. Ainda assim, ele ressaltou que "não temos registro de ocorrências que agravem os serviços". A Anatel conta com a assistência do Gabinete de Segurança Institucional e do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Para garantir o abastecimento dos veículos das empresas de telecomunicações, a entidade pede a escolta de caminhões de combustível aos postos usados pelas companhias.
Por enquanto, nenhuma grande falha no serviço de telecomunicações aconteceu e ele segue funcionando normalmente.
Do grupo da NET e da Embratel, a Claro também divulgou nota informando que seus serviços de manutenção podem ser afetados em razão da falta de combustível nos postos–consequência da greve dos caminhoneiros.