Governo da Rússia bloqueia LinkedIn
A empresa americana denunciou a decisão que afeta os seus "milhões de usuários" russos e se mostrou disposta a se reunir com as autoridades
AFP
Publicado em 17 de novembro de 2016 às 14h49.
A Rússia ordenou nesta quinta-feira o bloqueio da rede social LinkedIn , que se converte no primeiro site a ser proibido após a aprovação de uma lei que impõe às empresas de internet o armazenamento dos dados pessoais no território russo.
A empresa americana, que permite estabelecer contatos profissionais e procurar emprego, denunciou uma decisão que afeta os seus "milhões de usuários" russos e se mostrou disposta a se reunir com as autoridades.
O LinkedIn, que está sendo comprado pela gigante Microsoft, afirma ter mais de 467 milhões de usuários no mundo, seis milhões deles na Rússia.
Muito criticada pelos atores do setor tecnológico, a lei aplicada ao LinkedIn obriga os serviços de mensagens, os sites de busca e as redes sociais estrangeiras a armazenarem na Rússia os dados pessoais dos seus usuários russos.
"Nunca tínhamos visto isto. Tal confrontação direta com os grandes grupos tecnológicos mundiais supõe uma nova página da história", comentou no Facebook Leonid Volkov, da organização Sociedade de Defesa da internet, que luta contra a censura.
A questão dos dados pessoais e seu uso suscita debates em todo o mundo, mas é especialmente delicada na Rússia, onde as autoridades introduziram nos últimos anos várias leis que reforçam o controle sobre a internet e as redes sociais, ferramentas vitais para a oposição russa.
O Kremlin negou as acusações de censura no caso do LinkedIn. Segundo o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov, o organismo regulador das telecomunicações, encarregado de aplicar a sentença, "age seguindo a lei estritamente".
Esta agência reguladora já avisou várias vezes a grupos como Facebook e Twitter que deviam aplicar a nova lei, sem impôr a eles nenhuma sanção até hoje.
Desde o regresso de Vladimir Putin ao Kremlin em 2012, o endurecimento da legislação gerou textos como o que obriga os provedores de internet e as redes sociais a armazenarem as mensagens, ligações e dados de sus usuários durante seis meses.