O reconhecimento de imagens está sendo liberado para os brasileiros junto com o Google Instant Search, anunciado no ano passado por Marissa Mayer (Justin Sullivan / Getty Images)
Maurício Grego
Publicado em 16 de junho de 2011 às 15h26.
São Paulo — Um novo recurso na página de busca de imagens do Google analisa uma foto qualquer e inicia uma pesquisa na web como base nela. É possível, por exemplo, indicar a foto de um prédio ou uma paisagem com o objetivo de descobrir que lugar é aquele.
Essa tecnologia já existia nos smartphones com o sistema Android. O aplicativo Google Goggles, disponível desde 2009 no Android Market, permite tirar uma foto com a câmera do smartphone e iniciar uma busca na web com ela. Agora, esse mesmo processo está disponível nos computadores, para usuários em 40 idiomas, incluindo o português do Brasil. A implantação está sendo feita gradualmente e, segundo o Google, vai demorar alguns dias até que a novidade esteja disponíveis para todos os usuários.
O novo recurso foi anunciado nesta semana, junto com outras novidades. Uma delas é a busca por reconhecimento de voz, que também já era usada no Android. Agora, ela estará disponível no navegador Chrome, do Google, mas apenas na versão em inglês do buscador. Em compensação, os brasileiros passam a ter acesso à pesquisa instantânea, que antes só funcionava no Google em inglês. Quando ela é usada, os resultados aparecem assim que um termo é digitado, sem a necessidade de teclar Enter ou clicar no botão Pesquisar.
O mecanismo de pesquisa instantânea ainda vai ganhar um aperfeiçoamento que o Google chama de Instant Pages. Com ele, algumas páginas da web serão pré-carregadas no computador assim que os resultados forem apresentados. Quando a pessoa clicar num dos itens listados, a página correspondente estará pronta para ser exibida. A mudança estará na próxima versão do Chrome. O Google não divulgou nenhuma intenção de implementá-la para outros browsers.
Embora o Google nunca tenha deixado de apresentar novidades desde que foi fundado, é razoável supor que a safra atual é, em parte, uma reação ao avanço da concorrência. O Google continua líder absoluto em buscas (no Brasil, a empresa tem quase um monopólio), mas, lentamente, tem perdido participação no mercado para o Bing, da Microsoft.
Reconhecimento de imagens
Quando a página do Google Images é aberta no computador, o símbolo de uma câmera fotográfica é exibido no campo de pesquisa, indicando que o reconhecimento de imagens está disponível. Esse símbolo não aparece se o site for visto num iPhone ou iPad, por exemplo, sinalizando que o recurso não é compatível com os dispositivos da Apple.
Há várias maneiras de iniciar uma busca por reconhecimento de imagem. A mais simples é arrastar a foto com o mouse até o ícone da câmera fotográfica. Esse método funciona com navegadores como o Firefox 4 e o Chrome. Mas, no teste feito por Exame.com, ele falhou com o Internet Explorer 9, da Microsoft.
Se a foto estiver num site na web, outra opção é colar, num campo específico, o endereço (URL) da foto. E, se ela estiver no computador, é possível clicar num link (com a inscrição Envie uma Imagem) para acionar uma ferramenta de transferência de arquivo. Estes dois últimos métodos funcionam bem com os três browsers. O Google oferece, ainda, extensões para os navegadores Chrome e Firefox que permitem clicar com o botão direito do mouse numa foto e escolher a opção de pesquisar.
Fotos parecidas
A foto é analisada pelos algoritmos do Google, que procura extrair, dela, informações para a busca de páginas da web e imagens relacionadas. A pesquisa funciona bem com fotos que já foram indexadas pelo Google, como muitas das que estão disponíveis na web. Nesse caso, o Google lista primeiro alguns sites relacionados com o tema e, depois, fotos visualmente parecidas com aquela que foi transferida. Os resultados são melhores quando o nome do arquivo enviado identifica o assunto.
No entanto, se o usuário enviar uma imagem de uma pessoa que não seja famosa ou de um local pouco conhecido, os resultados podem ser totalmente discrepantes. Mesmo no caso de celebridades, o método está longe da perfeição. Num teste feito por Exame.com, uma foto do casal real britânico William e Kate, por exemplo, trouxe resultados sem nenhuma relação com a monarquia da Inglaterra.