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Gigantes de TI criam fórum para a América Latina

Grupo será composto por sete empresas e pretende colaborar com os governos locais na promoção de políticas públicas para o desenvolvimento da tecnologia da informação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h18.

Sete das maiores empresas mundiais em tecnologia uniram-se para criar o Fórum Latino-americano da Indústria de Tecnologia da Informação, anunciado nesta quinta-feira (8/7). O movimento é integrado por Intel, IMB, HP, Microsoft, Telefônica, Time Warner e Cisco. O objetivo é propor políticas públicas para o desenvolvimento tecnológico da região. "Esta é a primeira vez em que nos reunimos. Nas próximas semanas, definiremos nossas propostas e como implementá-las", afirmou o diretor-geral da Intel para a América Latina, David Hite.

Alguns itens, porém, foram adiantados. O fórum deseja atuar junto aos governos dos países do continente americano para acelerar a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Segundo a entidade, os elevados impostos e tarifas de importação vigentes na América Latina afetam a oferta de tecnologia para a região a preços competitivos. "Os governos podem favorecer o acesso a essas tecnologias a um custo mais adequado", disse o diretor da HP para a América Latina, Rui da Costa.

Antes mesmo que o bloco econômico seja formalizado, algumas ações poderiam ser adotadas pelos governos locais para facilitar o intercâmbio tecnológico, segundo Costa. A principal seria a adesão dos países latino-americanos a dois acordos da Organização Mundial do Comércio, o Government Procurement Agreement, que determina regras de transparência para as compras governamentais, e o Basic Telecomunication Agreement, que estabelece uma agenda comum sobre telecomunicações. Costa lembrou, ainda, que a América Latina poderia seguir o Revised Kyoto Customs Modernization Convention, uma convenção sobre políticas alfandegárias. "Não precisamos esperar a Alca para facilitar o livre comércio entre os países", disse.

O fórum também deseja incentivar políticas públicas de inclusão digital e de promoção de tecnologia para pequenas e médias empresas. O grupo evitará a discussão de pontos específicos, como o padrão de TV digital que o Brasil pretende adotar ou o uso de softwares livres pelos países - ponto que tem gerado atritos entre a Microsoft e o governo brasileiro. "Nosso propósito é apresentar idéias gerais. Queremos discutir as condições necessárias para promover a tecnologia da informação e de comunicações na região", disse o gerente geral da IBM para a América Latina, Bruno Di Leo.

Outro ponto cobrado pelo fórum é o combate à pirataria. "A pirataria é crime, elimina empregos e reduz a arrecadação de impostos", afirmou o presidente da America Online Latin America, Charles Herington.

O fórum será composto por duas instâncias. Na primeira, composta pelos representantes das empresas para a América Latina, serão discutidas questões mais amplas de promoção de TI. Também será montado um comitê executivo, responsável pela atuação junto aos governos locais.

Não há estimativas sobre o potencial de crescimento dos negócios em TI, caso as medidas sugeridas pelo fórum sejam adotadas. Conforme Di Leo, da IBM, um exemplo do potencial de desenvolvimento da região é a porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) que se investe em tecnologia. O executivo afirmou que, nos países desenvolvidos, aplica-se cerca de 5% do PIB em tecnologia. Na Ásia, o índice está em 3,5% do PIB. "Na América Latina, isso cai para 1,5% a 2,5%", disse.

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