Gelos árticos derreteram menos no verão de 2013 do que em 2012
Os gelos árticos derreteram menos durante o verão de 2013 e foram mais extensos do que os registrados durante o degelo recorde de 2012
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2013 às 06h44.
Washington - Os gelos árticos derreteram menos durante o verão de 2013 e foram mais extensos do que os registrados durante o degelo recorde de 2012, segundo as últimas observações de satélite feitas pela Nasa.
A agência espacial americana estabeleceu em suas pesquisas anuais que a superfície dos bancos de gelo após o verão era de 5,1 milhões de quilômetros quadrados quadrados em 13 de setembro.
Em 2012, quando foi registrado o nível mais baixo já visto desde o começo das medições, em 1978, esta superfície media 3,41 milhões de quilômetros quadrados, segundo o Centro Nacional de Dados da Neve e do Gelo (NSIDC, na sigla em inglês), que divulgou estes números na semana passada.
No entanto, mesmo a situação sendo melhor do que em 2012, a superfície medida em meados de setembro foi a sexta menor desde o começo dos relatórios anuais, e continua 1,12 milhão de quilômetros abaixo da média das registradas de 1981 a 2010, isto é, do tamanho de França e Califórnia somadas.
A tendência de longo prazo continua mostrando uma diminuição de cerca de 12% por década desde o final dos anos 1970, uma queda que se acelerou desde 2007, segundo o NSIDC.
"Esperava que a superfície mínima de verão fosse maior este ano", lamentou em um comunicado Walt Meier, glaciologista do Centro Goddard de Voos Espaciais da Nasa, em Greenbelt (Maryland, leste).
"Sempre há uma recuperação após níveis de derretimento importantes", afirma, apontando a que os recordes de degelo nunca se registraram durante dois anos consecutivos.
O cientista apontou, ainda, a que a maior parte do gelo é fina e mole, em contraste com o espesso banco de gelo do passado.
Na forma como os gelos de pouca espessura são submetidos a um rápido degelo, os glaciologistas estimam que os resultados de 2013 não indicam, provavelmente, uma mudança no derretimento a longo prazo dos bancos de gelo do Ártico.
Este ano, as temperaturas no Ártico foram entre 1 e 2,5 graus Celsius mais baixas do que a média, segundo revelaram as análises da Nasa. Este esfriamento se deveu, em parte, a uma série de furacões registrados durante o verão, segundo os cientistas.