Conclusão: aparelho é indicado para quem não se incomoda com a carcaça exagerada e que busca um smartphone com recursos a mais (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2012 às 22h15.
São Paulo - Quando chegou ao INFOlab no início do ano, o Galaxy Note logo ganhou o apelido de “chinelofone”. Por seu aspecto grandalhão e até desconfortável – se pensarmos em um smartphone – gerou suspeitas sobre sua praticidade e benefícios no dia a dia. Mas, se os centímetros a mais poderiam causar problemas, parece que o mercado aceitou a proposta que se posiciona entre tablet e celular.
No primeiro ano de vendas a Samsung espalhou 10 milhões de unidades do aparelho pelo mundo. Um sucesso incontestável. Com uma tela de 5,3 polegadas, o aparelho misturava o design do Galaxy S II com uma proposta de uso completamente diferente. Equipado com a S Pen, uma caneta nos melhores moldes dos handhelds do passado com canetas stylus, o Note 2 se posicionou como uma poderosa e ágil interface de anotações.
Com o Galaxy Note 2, a Samsung parece trilhar pelo mesmo caminho. O aparelho mais uma vez absorveu as características do aparelho topo de linha da empresa, no caso o Galaxy S III. Com um corpo de cantos arredondados, a evolução na pegada é um ponto crucial. Mesmo com uma tela maior, agora são 5,5 polegadas, o Note 2 é muito mais confortável de usar que seu antecessor. Mas a evolução não se restringe a esse aspecto.
Principais vantagens: | Principais desvantagens: |
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Tela Super AMOLED de 5,5” (720 por 1.280) | Sem suporte ao 4G (LTE) brasileiro |
HSPA+ (3,5 G) | Tamanho torna o uso com uma única mão impraticável |
Android 4.1 com TouchWiz | Construção aparenta qualidade ruim |
Processador quad core de 1,6 GHz | |
2 GB de RAM e 16 GB de armazenamento + microSD | |
Wi-Fi dual-band, Bluetooth 4.0, GPS, GLONASS, FM | |
NFC | |
Bateria de 3.100 mAh |
Além da nova tela, o aparelho recorreu ao motor mais potente que a Samsung pode oferecer para rodar o Jelly Bean. O casamento do Android 4.1 com o Exynos 4412 com quatro núcleos de 1,6 GHz resultou em uma interface muito rápida. A fluidez das animações, menus e cliques é uma das mais agradáveis que já testamos.
Com tantos recursos, o Galaxy Note 2 é um aparelho que parece ter muito a oferecer. Continue lendo o review e descubra se as expectativas foram atendidas.
Apostando na mesma junção de policarbonato e plástico do Galaxy S III, o Note 2 também aparenta ser um aparelho de construção pobre, com materiais nada atraentes e sem resistência. Mas, além do aspecto visual, o aparelho não traz nada de incômodo ou de frágil. Os cantos arredondados proporcionam uma pegada firme e agradável. É possível segurá-lo com uma única mão – como se faz com qualquer smartphone – sem grandes problemas, mas o uso da interface gera um grande desconforto. Em várias situações, o usuário sente a necessidade de deslocar o aparelho na palma para atingir um botão ou menu com o dedão. É bem mais fácil apostar na outra mão e na S Pen. Para tentar reduzir o problema a Samsung ativou uma opção que desloca o teclado para a esquerda ou direita. Mesmo assim a solução não é das mais práticas.
Sem botão dedicado para a câmera, o Note 2 traz somente dois botões em uma das laterais: alavanca de volume e outro para bloquear/desbloquear a tela. Para acessar o cartão microSD e o SIM card é necessário remover a tampa traseira, mas não a bateria. Na face inferior a um conector microUSB. Além de carregar a bateria e transferir dados, a conexão tem saída de vídeo por meio de um adaptador MHL (vendido separadamente) e também pode atuar como um host USB 2.0. Na face superior há o tradicional conector P2 para fones. A S Pen ficou posicionada na parte inferior. O recolher a caneta é um processo indolor e bem prático. É fácil de acostumar.
Medindo 8,0 por 15,1 por 0,94 centímetros, a diferença no tamanho das duas gerações é praticamente imperceptível. O mesmo acontece com o peso, que passou de 177 g para 182 g. Isso faz dele um aparelho grande, mas paradoxalmente leve. Durante nossos testes confirmamos uma suspeita. Levar o aparelho em um bolso de calça não é das ações mais confortáveis do mundo. No entanto, por ser fino, o Note 2 não gera muito volume. Para as mulheres, o comprimento exagerado inviabiliza o transporte no bolso traseiro da calça. O jeito é apelar mesmo para a bolsa.
Se por fora o Note 2 pode não empolgar muito, seu interior te força suficiente para causar uma ótima impressão. Equipado com um processador quad core de 1,6 GHz, 2 GB de RAM e GPU Mali-400MP, esse smartphone superou todos os aparelhos testados pelo INFOlab nos benchmarks.
Não observamos nenhum travamento ou lentidão durante os testes. Pelo contrário. O aparelho executou vídeos, apps e games com facilidade. Um dos recursos da TouchWiz que mostra a força do hardware é a capacidade de executar um vídeo em uma janela, permitindo que você acesse outros apps e navegue na web, por exemplo, sem parar de curtir o filme e sem engasgos.
Com um grande número de sensores (Acelerômetro, giroscópio, RGB, proximidade, luminosidade e barômetro), o Galaxy Note 2 mantém o ótimo casamento entre um hardware de ponta e uma interface inteligente inaugurado com o S III. Os mesmos recursos estão presentes, como fazer uma ligação automaticamente ao levar o aparelho ao rosto quando uma mensagem estiver aberta, movimentos de zoom com os dois dedos, entre outros. Os sons que tornam a interface mais “natural” também estão presentes. Para a felicidade da maioria dos usuários, desativá-los é uma tarefa simples.
Se a ideia é consumir e produzir conteúdo com agilidade, o Wi-Fi 802.11 a/b/g/n dual band deixará os ávidos por velocidade de conexão satisfeitos. A conexão a redes HSPA+ (3,5 G) também garante bons picos de velocidade, que vão depender da sua operadora e qualidade da rede. Infelizmente, a Samsung deixou de fora o suporte a redes LTE (4G). Mesmo que ainda estejam em testes no país, quando as redes passarem a funcionar o Note 2 não poderá tirar proveito delas. Como o investimento para o aparelho é alto, afinal são 2.299 reais para levar um Note 2 pra casa, esse fator pode pesar na escolha por um novo smartphone.
Durante as ligações (sim, os aparelhos ainda essencialmente fazem ligações) também não houve nenhum problema. A qualidade do áudio ficou dentro do esperado e o volume é alto. O viva-voz também tem bom volume, o que é extremamente útil para quem vai utilizar o aparelho como GPS veicular.
Para completar o quadro, a bateria de 3.100 mAh resistiu por 13 horas e 43 minutos fazendo uma ligação, com Wi-Fi e Bluetooth ativados.
Com um bom padrão de cores e ícones adaptados, a interface TouchWiz segue o mesmo padrão do Galaxy S III, como já comentamos. Mas, o que destaca o Note 2 em relação a seu companheiro de menor tela são as adaptações na interface para a S Pen.
Sem bateria, a caneta é um poderoso recurso e que, apesar de parecer estranho no começo, torna o uso do aparelho mais prático. Além de reconhecer a pressão exercida pelo usuário, o que é muito útil para aplicativos de desenho e tratamento de imagem, a S Pen traz um botão para acionar gestos e ações especiais. Entre os movimentos pré-programados estão o voltar, abrir menu e chamar um aplicativo especial para atalhos. Nele o usuário pode enviar mensagens, e-mails e até fazer ligações escrevendo na tela.
Assim como no tablet Galaxy Note 10.1, a S Pen do smartphone inutiliza os toques dos dedos enquanto ela estiver encostada na tela. Isso facilitaria a criação de traços mais precisos, mas na prática o recurso não funciona tão bem quanto no tablet. O aparelho reconhece a proximidade da caneta e, mesmo sem encostar a ponta na tela, é possível acionar recursos como a exibição de miniaturas. Um pequeno círculo indica a posição de clique, algo que lembra muito um cursor de PC.
Um dos recursos mais poderosos é o aplicativo S Note. A nova versão do app de notas reconhece fórmulas matemáticas e geométricas, entregando um círculo perfeito quando você tentar desenhar uma bola, por exemplo. O S Note funciona em conjunto com vários aplicativos, tornando simples levar um print screen de um site, uma foto da galeria ou mesmo um trecho de mapa para ser editado.
Outro detalhe importante é a capacidade do Galaxy Note 2 em reconhecer a escrita. Até para os com a grafia mais estranha (caso deste repórter, que mistura letra cursiva e de forma) o resultado é excelente. A troca do teclado virtual pela S Pen acelera a digitação em muitos casos, inclusive no envio de mensagens e e-mails. Ao retirar a caneta do aparelho, é possível programar uma ação automática, como abrir o app de notas.
O player de vídeo também merece destaque. Compatível com os formatos ASF, DivX 1080p, XviD 1080p, MKV 1080p, MP4 1080p e WMV 1080p, exibe legendas no formato SRT em bom tamanho e com fonte agradável. A transferência para uma TV ou monitor é feita por DLNA, Wi-Fi Direct ou por HDMI com o adaptador MHL.
Com 8 megapixels e flash LED, a câmera do Note 2 não foge ao padrão da categoria: boas fotos em ambientes bastante iluminados e muito ruído aparente à noite. Além da boa gravação de vídeo em 1.080p, alguns recursos merecem atenção. São eles: detecção de face, disparo contínuo (20 fotos com um clique), HDR, controles de ISO e brilho. A galeria aceita marcações de pessoas, separando as fotos por grupos e reconhecendo os rostos rapidamente.