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Árbitro de vídeo é usado pela 1ª vez na história da Copa do Mundo

Foi a estreia do árbitro de vídeo, o chamado VAR, na Copa, na marcação de um pênalti em favor dos franceses

Seleções da Austrália e da França em jogo da Copa do Mundo 2018: árbitro de vídeo foi usado na partida (Shaun Botterill/Getty Images)

Seleções da Austrália e da França em jogo da Copa do Mundo 2018: árbitro de vídeo foi usado na partida (Shaun Botterill/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de junho de 2018 às 10h34.

Última atualização em 16 de junho de 2018 às 11h00.

São Paulo - A seleção da França esteve longe de fazer jus ao status de favorita, neste sábado, mas iniciou sua trajetória na Copa do Mundo da Rússia com vitória. Em um duelo muito mais difícil do que esperava, pela abertura do Grupo C, o jovem time francês sofreu para superar a Austrália por 2 a 1, em Kazan, em jogo marcado pela utilização de tecnologias em campo.

Foi a estreia do árbitro de vídeo, o chamado VAR, na Copa, na marcação de um pênalti em favor dos franceses. Os europeus também contaram com um recurso tecnológico para confirmar o segundo gol. Os recursos foram o ponto alto da partida, dada o baixo nível técnico do confronto e as dificuldades encontradas pelos campeões mundiais de 1998.

Apostando na juventude, o time francês foi liderado por Mbappé, Pogba e Griezmann. O primeiro, por sinal, se tornou o mais jovem da seleção a jogar uma partida de Copa, com 19 anos e 178 dias. Mas a juventude francesa não se converteu em criatividade e jogadas mais ousadas neste sábado.

Assim, a França quase parou na limitada equipe australiana, que perdera seus três jogos na fase de grupos na Copa do Brasil, em 2014. Ciente de suas limitações técnicas, a Austrália investiu na disciplina tática, na retranca e, quando necessário, nas faltas. A aposta era buscar a vitória num contra-ataque ou num lance de bola parada. O que até aconteceu, mas não evitou a derrota.

O JOGO - A França tentou fazer valer o status de favorita nos primeiros instantes de jogo. Foram quatro finalizações a gol em apenas sete minutos. Mas o que parecia um cartão de visitas de Mbappé, Pogba e Griezmann não durou muito. A Austrália logo controlou o ímpeto francês com suas recheadas linhas na defesa e passou a neutralizar com facilidade as investidas do rival.

O time australiano se defendia com uma linha de até cinco jogadores. E a França não conseguia penetrar pelas raras brechas da disciplinada equipe rival. Sem arriscar, os franceses passaram a exibir atuação burocrática num primeiro tempo de poucas emoções. Mbappé, tentando articular as jogadas, era previsível. Griezmann sofria com a marcação, enquanto Pogba estava apagado em campo.

As arquibancadas, dominadas pelos australianos, só vibraram em duas boas investidas da sua seleção. A primeira aconteceu aos 17, em grande chance em cobrança de falta na área. E, aos 44, Behich quase marcou um belo gol não fosse a boa intervenção de Lloris. Jogando por uma bola, a Austrália foi para o intervalo satisfeita com o 0 a 0 no placar.

Já a França pareceu não se abalar com a fraca atuação na etapa inicial. Tanto que o técnico Didier Deschamps manteve Giroud e Matuidi no banco de reservas na volta para o segundo tempo.

Porém, a torcida francesa teve motivos para renovar a esperança quando Griezmann disparou pela esquerda e foi derrubado dentro da área. O juiz uruguaio Andrés Cunha teve dúvidas e recorreu ao árbitro de vídeo pela primeira vez na história das Copas do Mundo. E, com a ajuda do chamado VAR, confirmou a penalidade.

O próprio Griezmann converteu a cobrança com um forte chute no canto esquerdo do goleiro Ryan, aos 12 minutos. Mas o alívio dos favoritos durou apenas três minutos. Aos 15, o zagueiro Umtiti cometeu erro infantil ao levantar o braço e desviar a bola com a mão dentro da área, num pênalti flagrante. Na cobrança, Jedinak bateu quase no centro e empatou com tranquilidade.

O empate fez Deschamps promover mudanças na equipe. Colocou Fekir e Giroud de uma só vez, nas vagas de Dembélé e Griezmann. Em seguida, trocou Tolisso por Matuidi. As apostas deram certo. E o segundo gol veio aos 34, embora não da forma como a torcida esperava.

Num lance chorado, de bate-rebate na área, Pogba dividiu com Behich e viu a bola espirrar contra o gol australiano. A bola acertou o travessão, bateu dentro e saiu. Porém, o gol foi confirmado através da tecnologia da linha do gol, em mais um momento de auxílio tecnológico na partida.

Nos minutos finais, a Austrália impôs pressão e até assustou o goleiro Lloris. Mas a França se segurou bem na defesa e garantiu os primeiros três pontos na chave.

As duas seleções voltam a campo no dia 21, pela segunda rodada do Grupo C. A França vai enfrentar o Peru na cidade de Ecaterimburgo. E os australianos vão encarar a Dinamarca, em Samara.

FICHA TÉCNICA:

FRANÇA 2 x 1 AUSTRÁLIA

FRANÇA - Hugo Lloris; Pavard, Varane, Umtiti e Lucas Hernandez; Tolisso (Matuidi), Kanté e Pogba; Mbappé, Dembélé (Fekir) e Griezmann (Giroud). Técnico: Didier Deschamps.

AUSTRÁLIA - Ryan; Ridson, Millingan, Sainsbury e Behich; Jedinak, Mooy, Tom Rogic (Irvine), Leckie e Nabbout (Juric); Robbie Kruse (Arzani). Técnico: Bert van Marwijk.

GOLS - Griezmann (pênalti), aos 12, Jedinak (pênalti), aos 16, e Pogba, aos 34 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Leckie, Tolisso, Risdon, Behich.

ÁRBITRO - Andrés Cunha (Fifa/Uruguai).

RENDA - Não disponível.

PÚBLICO - 41.279 pagantes.

LOCAL - Arena Kazan, em Kazan (Rússia).

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