Fóssil de roedor explica surgimento de mamíferos
Washington - A descoberta do fóssil de um roedor de 160 milhões de anos na China, anunciada nesta quinta-feira na revista americana Science, contribui para explicar...
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.
Washington - A descoberta do fóssil de um roedor de 160 milhões de anos na China, anunciada nesta quinta-feira na revista americana Science, contribui para explicar como os pequenos mamíferos pré-históricos se desenvolveram na era dos dinossauros.
O esqueleto quase completo com cerca de 17 centímetros de comprimento corresponde ao mais antigo dos mamíferos multituberculados, pequenos roedores que desapareceram há mais de 60 milhões de anos. Pertenceu a uma nova espécie, denominada 'Rugosodon eurasiaticus', dotada de tornozelos flexíveis para escalar árvores e dentes afiados capazes de morder tanto plantas quanto animais.
Essas adaptações ajudaram estes roedores ancestrais, similares a ratos, a se situar entre os mamíferos mais longevos da História, segundo o estudo realizado por Chong-Xi Yuan, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, em Pequim.
Originários do período Jurássico, eles viveram cerca de 100 milhões de anos, na era dos dinossauros, antes de os roedores modernos os sucederem.
Suas habilidades também permitiram que evoluíssem e se diversificassem em uma série de mamíferos escaladores de árvores e comedores de plantas que os sucederam, explicaram cientistas da China e dos Estados Unidos.
"Alguns podiam saltar, outros podiam cavar, outros subiam em árvores e muitos outros viveram no subterrâneo", afirmou o co-autor da pesquisa, Zhe-Xi Luo, da Universidade de Chicago.
"Os multituberculados escaladores de árvores e os multituberculados saltadores tinham os ossos dos tornozelos mais interessantes, capazes de uma 'hiper-rotação reversa' das patas posteriores", emendou, o que significa que as articulações dos tornozelos giravam sobre si próprias.
O último fóssil foi encontrado na Formação Jurássica Tiaojishan, no leste da China.
Seu nome vem da palavra latina "rugosus", de rugas, e "odon", de dente, por causa da sua acidentada superfície molar, e "eurasiaticus" pelo vasto território que ocupava.
Luo disse que o fóssil é semelhante àqueles encontrados em Portugal, o que sugere que seus parentes eram encontrados amplamente em todo o continente Eurasiático.
Acreditava-se que a criatura tivesse massa corporal entre 65 e 80 gramas.
Os cientistas disseram que as adaptações dentárias e no tornozelo provavelmente evoluíram muito precocemente na existência das criaturas, ajudando-as a se tornar tão longevo como grupo.