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Ferramenta de "transplante" de código quer revolucionar profissão de programador

O MuScalpel transplanta automaticamente trechos de código entre softwares, transferindo diferentes funcionalidades entre eles

Criptografia: a rede neural Alice enviava mensagens de apenas 16 bits de comprimento para Bob (istock)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2015 às 08h45.

Pela primeira vez, um trecho de código foi "transplantado" automaticamente de um software para outro. O processo, criado por pesquisadores da University College de Londres, é comparado a um transplante de órgãos humanos.

Conhecido como MuScalpel, o sistema isola o código de programação de uma função útil de um programa "doador" e transplanta esse "órgão" para a "veia" correta em softwares que não tenham essa função. Quase todo o processo é automatizado, com mínimo envolvimento humano.

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"Boa parte do trabalho de um programador consiste nesse tipo de operação manual; redesenhar, programar e reinventar funcionalidades que já existem de alguma forma em outro sistema", diz Mark Harman, engenheiro de software da University College, à Wired. "Ao automatizar o processo, o tornamos muito mais rápido e barato", diz.

Para testar o sistema, a equipe de Harman transplantou um formato de codificação de vídeo entre dois reprodutores de mídia. O codec H.264, que não existia no player VLC, foi transplantado a partir do x264. Feito manualmente, o processo demorou 20 dias – o MuScalpel precisou de apenas 26 horas para completar o transplante

Por enquanto, o sistema funciona apenas com a linguagem de programação C. Mas, segundo seus criadores, nada impede que o processo seja aplicado em outras linguagens. A equipe publicou um artigo detalhando como o MuScalpel funciona, junto de seu código fonte, para que outros programadores participem do processo de desenvolvimento do programa.

Apesar de a pesquisa ainda estar em seus estágios iniciais, seus pesquisadores têm objetivos ambiciosos: além de automatizar ainda mais o sistema e torná-lo compatível com qualquer linguagem de programação, Harman quer mudar a função dos programadores dentro do desenvolvimento de um software.

"Queremos libertar os programadores das correntes que os prendem, fazer com que eles sejam insubstituíveis", afirma Mark Harman. "Acreditamos que nossa pesquisa pode mudar para sempre o entendimento da palavra 'programador'”.

Fonte: Motherboard

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