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Fé e smartphones se unem em aplicativos religiosos

Diante de novas tecnologia, padre chega a comparar hábito de orar ao uso do iPhone

Não apenas para fazer chamada: celulares trazem aplicativos para práticas religiosas

Não apenas para fazer chamada: celulares trazem aplicativos para práticas religiosas

DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 21h01.

Cedarburg - O padre Tom Eichenberger começou um sermão recente usando um iPhone para tocar o som de sinos de igreja, no microfone, e comparou o hábito de orar ao uso do popular aparelho.

"As mesmas regras se aplicam", disse à congregação dominical presente à paróquia de São Francisco Bórgia, em Cedarburg, uma cidadezinha ao norte de Milwaukee. "Você não usa seu iPhone apenas para telefonemas, precisa usar os aplicativos", disse ele, em referência aos pequenos programas que permitem que o aparelho execute tarefas específicas.

"E você não usa a oração apenas para pedir coisas e tratar Deus como se fosse Papai Noel", disse Eichenberger, 60, relembrando aos paroquianos que as orações servem também para dar graças e ouvir o Espírito Santo.

Com os celulares inteligentes dotados de aplicativos que realizam todo tipo de tarefa, de localizar restaurantes próximos a identificar estrelas no céu noturno, os produtores de software estão fadados a desenvolver programas que levem as práticas religiosas tradicionais ao mundo digital.

Muitos deles contêm os textos completos de livros sagrados como a Bíblia ou a Torá. Os muçulmanos podem calcular o horário de suas cinco orações diárias e os hindus podem apresentar oferendas de incenso virtual a Ganesh, o deus com cabeça de elefante.

Nem todos os líderes religiosos se mostram entusiasmados como Eichenberger. Mas muitos deles reconhecem que a juventude costuma usar mídias novas como os celulares inteligentes ou o Facebook para se definir, interagir socialmente e buscar respostas para suas questões mais profundas.

"Tecnologia é uma maneira para que projetemos para além de nós nossa sensação sobre aquilo que somos em nosso íntimo", disse Rachel Wagner, professora assistente de religião no Ithaca College, em Nova York. "Religião é uma parte importante dessa busca por aquilo que somos. E os aplicativos que as pessoas empregam revelam um pouco sobre quem são elas."

Wagner afirmou que é difícil estimar o número de aplicativos disponíveis, mas acrescentou que a fé surgiu no mundo digital de tantas maneiras que ela decidiu escrever um livro a respeito, a ser lançado em 2011.

"Meu aplicativo favorito é esse, de oração", disse ela, mostrando um dos programas religiosos instalados em seu Apple iTouch. "Basta digitar uma oração a Deus e enviar. Um relógio marca o tempo e confirma a transmissão da mensagem. Mas ela não vai a lugar algum, ou vai?", brincou a pesquisadora.

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