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Facebook dobra o lucro líquido e surpreende apesar de boicotes

Os bons resultados acontecem apesar das acusações feitas pelo congresso americano e ao boicote de anunciantes

Mark Zuckerberg: CEO depôs na tarde de ontem para o congresso dos Estados Unidos (Justin Sullivan/Getty Images)

Mark Zuckerberg: CEO depôs na tarde de ontem para o congresso dos Estados Unidos (Justin Sullivan/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 30 de julho de 2020 às 17h50.

Última atualização em 30 de julho de 2020 às 18h18.

Com uma base de 2,7 bilhões de usuários no mundo, o Facebook viu seu lucro líquido aumentar para 5,178 bilhões de dólares, um aumento de 98% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o valor era de 2,616 bilhões de dólares.

Os bons resultados acontecem apesar das acusações feitas pelo Congresso americano e do boicote de anunciantes, que pode ser considerado o momento mais complicado para a rede social em 16 anos. Mas não em termos de dinheiro.

A receita com anúncios da gigante ficou em 18,32 bilhões dólares no período, uma alta de 10% na comparação anual, de 16,48 bilhões de dólares.

Com uma receita total de 18,7 bilhões de dólares, o resultado superou as expectativas dos analistas, que estimavam um faturamento entre 17,31 e 17,33 bilhões de dólares, com um aumento de cerca 3% se comparado ao mesmo período do ano passado --- quando a receita foi de 16,8 bilhões de dólares. No fim do dia, a realidade foi melhor do que o esperado --- e o Facebook viu sua receita aumentar em 11,3%.

No primeiro trimestre, o lucro líquido foi de 4,9 bilhões de dólares --- o que representou mais que o dobro do primeiro tri de 2019, quando a empresa de Zuckerberg faturou 2,4 bilhões de dólares.

Os efeitos surpresa do Face

O Facebook vem sofrendo boicotes no último mês de empresas gigantes, como a Coca-Cola, a Unilever, a Ford, a Disney e até a Microsoft, que deixaram de anunciar em todas as redes sociais da companhia a fim de pressionar uma mudança em suas políticas em relação a discursos de ódio.

Na quarta-feira, 29, Zuckerberg participou de uma audiência antitruste sobre os monopólios das gigantes de tecnologia americanas ao lado de Sundar Pichai, do Google, Jeff Bezos, da Amazon, e Tim Cook da Apple.

Entre as principais acusações feitas ao dono do Facebook, estavam a capacidade de neutralizar competidores, com e-mails que apontavam que Zuckerberg teria adquirido o Instagram somente para não ter uma concorrência direta, e também sobre cópias de determinadas ferramentas em seu aplicativo após não conseguir comprar outras companhias --- citando o emblemático caso de quando o CEO tentou comprar o Snapchat e, quando teve a oferta recusada, adicionou uma ferramenta bastante parecida em seu aplicativo de fotos, os "stories".

Agora, anos depois, o mesmo acontece com app chinês TikTok e a adição do "reels" no aplicativo, que também pretende dar aos usuários a oportunidade de criar vídeos curtos com edições rápidas e simples.

Em resposta às acusações, o cofundador da rede social apenas negou ou disse "não se lembrar" dos fatos ocorridos.

Para o próximo trimestre, resta a esperança de manter os ganhos dos primeiros seis meses de 2020.

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