Tecnologia

Facebook compra empresa de realidade virtual criadora do Oculus Rift

Zuckerberg diz que realidade virtual é uma plataforma de comunicação

Oculus VR (Divulgação)

Oculus VR (Divulgação)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 25 de março de 2014 às 18h21.

Mark Zuckerberg anunciou nesta terça-feira (25) a compra da Oculus VR, criadora dos óculos de realidade virtual Rift, que tem foco no mercado de games. O valor pago pela empresa foi de 2 bilhões de dólares, sendo 400 milhões em dinheiro e mais 23.1 milhões de ações do Facebook, avaliadas em cerca de 1.6 bilhão de dólares. O acordo também prevê um adicional de 300 milhões de dólares, em dinheiro e ações, sob a condição de cumprimento de determinadas metas (não reveladas). A expectativa é de que a transação seja concluída no segundo trimestre deste ano.

O Facebook pretende expandir a expertise dos óculos para outras áreas, como comunicações, educação, mídia e entretenimento. No comunicado oficial, a empresa afirma que a tecnologia de realidade virtual será uma forte candidata para emergir como a próxima plataforma social e de comunicações. "Nossa missão é tornar o mundo mais aberto e conectado. Nos últimos anos isso implicava na criação de aplicativos que ajudam você a compartilhar coisas importantes. Ainda temos muito a fazer no ambiente mobile, mas, nesse ponto, estamos em uma posição em que precisamos começar a focar em plataformas que serão ainda mais úteis no futuro, para experiências pessoais e de entretenimento. É aí que entra o Oculus Rift.", disse o CEO e cofundador do Facebook.

O anúncio foi feito poucos dias depois da Sony ter apresentado o Morpheus, que são óculos de realidade virtual para games, assim como o Rift.

"A realidade virtual já foi um sonho de ficção científica. Mas a internet também já foi um sonho, bem como foram computadores e smartphones. O futuro está chegando e nós temos a chance de construir isso juntos. Estou ansioso para começar a trabalhar com toda a equipe da Oculus VR para trazer esse futuro ao mundo, e para desbloquear novos mundos para todos nós", afirmou Zuckerberg.

"Esta é realmente uma nova plataforma de comunicação. Ao sentir-se verdadeiramente presente, você pode compartilhar espaços ilimitados e experiências com as pessoas em sua vida. Imaginem compartilhar não apenas momentos com seus amigos online, mas também as experiências e aventuras inteiras", escreveu o CEO.

Isso indica que Zuckerberg estaria tentando levar a comunicação a um novo nível, tornando as experiências mais imersivas e intensas. Segundo suas declarações, seria possível conversar com outras pessoas em um ambiente de realidade virtual.

A segunda edição do Oculus Rift foi apresentada na semana passada, em San Francisco, durante a Game Developers Conference, e, em menos de 36h, foram encomendadas 12.500 unidades, de acordo com o Eurogamer. De acordo com o Facebook, no total, a Oculus VR já recebeu mais de 75 mil pedidos de kits de desenvolvimento para os óculos Rift  A nova edição do produto custa 350 dólares, e traz inovações como um display OLED de baixa latência que atinge uma resolução de 1080p em cada olho. Entretanto, as aplicações do dispositivo ainda estão em estágio embrionário.

Tecnologias inteligentes - A compra da Oculus VR também reforça os mais recentes investimentos do Facebook na área de realidade virtual e inteligência artificial. 

Nesta semana, Mark Zuckerberg anunciou um investimento de 40 milhões de dólares em uma empresa especializada em tecnologias de inteligência artificial. A Vicarious é uma companhia que tenta reproduzir o neocórtex, uma parte do cérebro humano que realiza cálculos, enxerga, controla o corpo e entende um idioma.

Além disso, o Facebook desenvolve desde 2010 uma tecnologia de reconhecimento facial tão precisa quanto o olho humano. A rede social anunciou na semana passada que o projeto DeepFace, chegou a taxa de exatidão de identificação de 97,25%, enquanto a média de reconhecimento de rostos dos seres humanos é de 97,5%.

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*Colaborou Monica Campi

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