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Existe futuro para os carros nas cidades?

Em um mundo onde a frota de carros deve dobrar até 2030, o desafio é garantir tecnologias mais limpas e acessíveis para o consumidor

Philipp Scheimer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil, ao lado de Paulo Roberto Feldmann, da FEA-USP, e Lucas Amorim, editor de EXAME (Vanessa Barbosa)

Vanessa Barbosa

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 19h15.

São Paulo - O desafio está lançado. Dentro dos próximos 20 anos, o mundo não vai apenas ver sua população crescer 30% e atingir os 9 bilhões de pessoas. Até 2030, a frota mundial de veículos automotores deve praticamente duplicar. Na matemática, a comparação assusta: a taxa de incremento de carros nas ruas faz o crescimento populacional comer poeira.

Diante dessas estimativas, o grande desafio de governos e das empresas fabricantes de automóveis será garantir tecnologias mais limpas e acessíveis ao consumidor, a fim de evitar o aumento da degradação ambiental e da saúde das pessoas.

Atentas à essa questão, as montadoras já movimentam seus motores. Na Mercedes-Benz, os engenheiros se debruçam em tecnologias tão diversas quanto os carros movidos a eletricidade, passando pelos híbridos, até o desenvolvimento de modelos cell fuel.

"Vamos ter que investir em várias frentes, porque cada uma tem vantagens e desvantagens", disse Philipp Scheimer, presidente da Mercedes-Benz Brasil, durante o EXAME Forum Sustentabilidade, que acontece em São Paulo, nesta terça.

"Nós fomos pioneiros ao lançar híbridos no Brasil, mas ainda é uma tecnologia cara e que eleva o preço para o consumidor", afirmou.

O que falta para ter elétrico no Brasil

Como o Brasil está no desenvolvimento de tecnologias híbridas e elétricas? "Muito atrasado", crava Paulo Roberto Feldmann, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP.

"O mundo caminha hoje para o carro elétrico puro. Hoje existem pouco mais de 300 mil veículos 100% movidos a eletricidade no mundo. Temos apenas 70 no país", aponta o professor.


Para Feldmann, o carro elétrico só pode existir em um país que tenha política pública, que estimule esse tipo de tecnologia. Ele citou o exemplo da China, onde o governo dá uma isenção de 15 mil dólares para quem compra de carros menos poluentes. "O Brasil ainda tem uma vantagem na matriz energética, que é majoritariamente limpa, ao contrário da China, baseada em carvão", sublinhou.

Segundo o professor, além da necessidade de redução de impostos, para estimular a adoção dos elétricos é preciso criar uma rede de infraestrutura nas cidades para atender a frota. O professor destacou ainda as vantagens ambientais dos elétricos.

Segundo ele, o custo de rodar um quilômetro com carro elétrico é 10 vezes menor do que com um modelo a gasolina.

Baterias

Questionados pelo editor de EXAME Lucas Amorim sobre a duração das baterias, um ponto que desperta insegurança no consumidor, os debatedores sinalizaram alguns avanços nessa seara.

Dentro da USP,  por exemplo, há um eletro posto de carga elétrica, onde é possível abastecer 80% da bateria em 20 minutos.

Já o presidente da Mercedes-Benz destacou que na Europa, para atingir o mercado, a empresa garante ao consumidor que se ele tiver problema na bateria, "é só nos trazer, que a empresa troca. Isso tem um custo pra gente, mas é uma forma de estimular o consumidor".

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São Paulo - O desafio está lançado. Dentro dos próximos 20 anos, o mundo não vai apenas ver sua população crescer 30% e atingir os 9 bilhões de pessoas. Até 2030, a frota mundial de veículos automotores deve praticamente duplicar. Na matemática, a comparação assusta: a taxa de incremento de carros nas ruas faz o crescimento populacional comer poeira.

Diante dessas estimativas, o grande desafio de governos e das empresas fabricantes de automóveis será garantir tecnologias mais limpas e acessíveis ao consumidor, a fim de evitar o aumento da degradação ambiental e da saúde das pessoas.

Atentas à essa questão, as montadoras já movimentam seus motores. Na Mercedes-Benz, os engenheiros se debruçam em tecnologias tão diversas quanto os carros movidos a eletricidade, passando pelos híbridos, até o desenvolvimento de modelos cell fuel.

"Vamos ter que investir em várias frentes, porque cada uma tem vantagens e desvantagens", disse Philipp Scheimer, presidente da Mercedes-Benz Brasil, durante o EXAME Forum Sustentabilidade, que acontece em São Paulo, nesta terça.

"Nós fomos pioneiros ao lançar híbridos no Brasil, mas ainda é uma tecnologia cara e que eleva o preço para o consumidor", afirmou.

O que falta para ter elétrico no Brasil

Como o Brasil está no desenvolvimento de tecnologias híbridas e elétricas? "Muito atrasado", crava Paulo Roberto Feldmann, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP.

"O mundo caminha hoje para o carro elétrico puro. Hoje existem pouco mais de 300 mil veículos 100% movidos a eletricidade no mundo. Temos apenas 70 no país", aponta o professor.


Para Feldmann, o carro elétrico só pode existir em um país que tenha política pública, que estimule esse tipo de tecnologia. Ele citou o exemplo da China, onde o governo dá uma isenção de 15 mil dólares para quem compra de carros menos poluentes. "O Brasil ainda tem uma vantagem na matriz energética, que é majoritariamente limpa, ao contrário da China, baseada em carvão", sublinhou.

Segundo o professor, além da necessidade de redução de impostos, para estimular a adoção dos elétricos é preciso criar uma rede de infraestrutura nas cidades para atender a frota. O professor destacou ainda as vantagens ambientais dos elétricos.

Segundo ele, o custo de rodar um quilômetro com carro elétrico é 10 vezes menor do que com um modelo a gasolina.

Baterias

Questionados pelo editor de EXAME Lucas Amorim sobre a duração das baterias, um ponto que desperta insegurança no consumidor, os debatedores sinalizaram alguns avanços nessa seara.

Dentro da USP,  por exemplo, há um eletro posto de carga elétrica, onde é possível abastecer 80% da bateria em 20 minutos.

Já o presidente da Mercedes-Benz destacou que na Europa, para atingir o mercado, a empresa garante ao consumidor que se ele tiver problema na bateria, "é só nos trazer, que a empresa troca. Isso tem um custo pra gente, mas é uma forma de estimular o consumidor".

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