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Após acidentes fatais, Tesla é alvo de investigação sobre o sistema de direção autônoma

Autoridades federais analisam se mecanismo tem capacidade de detectar riscos e responder adequadamente a eles

Publicado em 18 de outubro de 2024 às 08h56.

Última atualização em 18 de outubro de 2024 às 10h47.

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Os EUA abriram uma investigação federal para saber se o sistema de automação parcial da Tesla Inc. conhecido como "Full Self-Driving" está com defeito após quatro acidentes, um dos quais resultou em uma fatalidade.

A National Highway Traffic Safety Administration disse na sexta-feira que avaliará se o sistema da Tesla, também conhecido como FSD, tem a capacidade de detectar e responder adequadamente à neblina e outras situações em que a visibilidade da estrada é reduzida. A agência disse que quatro acidentes foram relatados em tais cenários em que o FSD foi acionado.

Em um desses acidentes, o veículo Tesla envolvido atingiu fatalmente um pedestre, e outro acidente deixou uma pessoa ferida, de acordo com a NHTSA.

A investigação marca um revés potencialmente importante para os esforços do CEO Elon Musk para posicionar a Tesla como líder em direção automatizada.

A empresa organizou um evento em um estúdio de cinema na área de Los Angeles na semana passada com protótipos de veículos autônomos e cobra milhares de dólares dos consumidores pelo FSD, que requer supervisão constante do motorista.

Musk disse que a capacidade da Tesla de desenvolver tecnologia de direção autônoma será "a diferença entre a Tesla valer muito dinheiro e valer basicamente zero".

Capacidade do FSD em condições adversas

O objetivo principal da investigação é entender se o FSD pode operar com segurança em situações onde a visibilidade está comprometida. Além disso, a NHTSA também vai examinar as atualizações de software fornecidas pela Tesla, realizadas por meio de transmissões over-the-air. Essas atualizações, agora comercializadas como “Full Self-Driving (Supervisionado) precisam ser avaliadas quanto ao seu impacto na segurança dos veículos. A agência está interessada em compreender o propósito e a eficácia das atualizações realizadas, e se elas oferecem melhorias reais em termos de segurança em relação às versões anteriores.

Entre os aspectos analisados, estão as modificações implementadas pela Tesla nas funcionalidades do FSD, que originalmente foi promovido como um sistema de automação parcial. Entretanto, mesmo com melhorias, a Tesla ofereceu o FSD para todos os seus clientes nos Estados Unidos por meio de testes gratuitos de um mês. Apesar disso, há dúvidas sobre a eficácia do sistema em condições extremas, que envolvem visibilidade limitada, como nevoeiro ou reflexos de luz intensa na pista.

De acordo com a NHTSA, a análise preliminar cobrirá aproximadamente 2,4 milhões de veículos da Tesla em circulação nas estradas dos Estados Unidos. A investigação visa determinar se o sistema FSD foi o fator central em outros incidentes e, caso positivo, como esses acidentes ocorreram e quais foram as circunstâncias envolvidas.

Histórico de acidentes e fatalidades

A NHTSA monitora de perto acidentes que envolvem o uso de sistemas avançados de assistência ao motorista, como o FSD e o Autopilot da Tesla. Até 1º de outubro de 2024, o órgão havia registrado 1.399 incidentes nos quais os sistemas de assistência da Tesla estavam ativados nos 30 segundos anteriores a uma colisão. Desses acidentes, 31 resultaram em fatalidades. A quantidade de acidentes graves coloca em dúvida a capacidade do FSD de operar de forma segura, especialmente em condições adversas.

Embora a Tesla tenha sido questionada sobre a investigação, a empresa ainda não forneceu uma resposta oficial. A empresa realizou recentemente um evento de marketing, no qual o CEO Elon Musk declarou que espera ter a versão “Full Self-Driving” não supervisionada disponível nos estados do Texas e da Califórnia em 2025, nos modelos 3 e Y. No entanto, mesmo com essas promessas, a Tesla ainda não conseguiu demonstrar que seus veículos são seguros para operar sem a supervisão de um motorista humano.

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