Tecnologia

Estrangeiras cogitam participar do leilão de 4G

Segundo o presidente da Anatel, o barateamento dos custos das ligações entre diferentes operadoras de celular pode interessar concorrentes estrangeiros


	Modem 4G: fontes do governo admitem, nos bastidores, que a norte americana AT&T e a britânica Vodafone manifestaram interesse na disputa 
 (WIKIMEDIA COMMONS)

Modem 4G: fontes do governo admitem, nos bastidores, que a norte americana AT&T e a britânica Vodafone manifestaram interesse na disputa  (WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 08h46.

Brasília - O barateamento dos custos das ligações entre diferentes operadoras de celular pode trazer concorrentes estrangeiros para o leilão de 4G de 2014, avalia o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende.

Segundo ele, empresas que ainda não atuam no Brasil cogitam entrar na disputa marcada para o primeiro semestre do próximo ano, ameaçando as posições de TIM, Claro, Oi e Vivo, que podem ficar fora da faixa de 700 megahertz (MHz).

Se alguma dessas empresas perder um dos quatro lotes que serão licitados, a saída será comprar capacidade da vencedora para conseguir operar nessa frequência.

Fontes do governo admitem, nos bastidores, que a norte americana AT&T e a britânica Vodafone manifestaram interesse na disputa prevista para o primeiro semestre.

A expectativa de chegada de uma nova empresa no mercado brasileiro de telefonia e banda larga móvel era comentada por especialistas do setor desde o leilão anterior de 4G, realizado em junho de 2012, para a faixa de 2,5 gigahertz (GHz). Mas os lotes nacionais da primeira disputa foram todos arrematados pelas quatro grandes teles que já atuam no País.

Para Rezende, o principal impedimento para a entrada de uma nova companhia em um mercado maduro como o brasileiro era a alta taxa de interconexão paga pelas empresas em ligações para aparelhos de operadoras concorrentes.

Em 2011, essa taxa custava R$ 0,48 por minuto, mas, caiu para R$ 0,16 este ano e deve chegar a R$ 0,10 em 2016. A partir daí, a tarifa será definida por modelo de custos.


“Indicadores do ano passado mostravam que, a cada 10 minutos de voz, 8 eram falados dentro da própria rede. É o efeito clube, muito alto para concorrentes internacionais.

O ideal é que o efeito clube baixe para algo entre 40% e 50% das chamadas, o que deve ocorrer com a queda das tarifas de interconexão”, afirmou Rezende. “Essa perspectiva da redução da tarifa de interconexão e o leilão da faixa de 700 MHz podem atrair investidores internacionais.”

A data final para o leilão será definida em janeiro, quando deve vir a público o edital. O governo aposta que a disputa deve render R$ 6 bilhões, segundo antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.

Venda de capacidade

Segundo Rezende, caso alguma nova companhia arremate um dos quatro lotes, a companhia brasileira que ficar de fora teria que comprar capacidade de rede de um dos vencedores. “Serão quatro lotes na faixa de 700 MHz, mas pode haver, como no Chile, a chamada exploração industrial, com novos equipamentos que realocam eficiência no uso do espectro.

Você pode ver que tem uma área com ociosidade e outra com congestionamento. Daria para gerenciar espaço para outra operadora”, afirmou.


O uso compartilhado dessa infraestrutura é uma alternativa para as empresas vencedoras do leilão, que podem se dividir na instalação da rede fora das maiores cidades do País. O edital ainda está sendo finalizado pela agência reguladora, mas deve prever essa opção para o atendimento de localidades de médio e pequeno porte.

Em ambas as parte do espectro eletromagnético é possível transmitir dados com velocidades mais de dez vezes superiores às obtidas pelos smartphones que operam no 3G.

A frequência de 700 MHz é indispensável para as teles porque permite utilizar a tecnologia com maior alcance de cobertura, necessitando a instalação de menos antenas que as demandadas pela faixa de 2,5 GHz.

Para Rezende, investir na faixa de 700 MHz é uma necessidade para as empresas. A perspectiva, segundo ele, é que a participação dos dados na receita das companhias seja cada vez mais relevante. “A faixa de 700 MHz é um ativo importante, porque o valor investido na faixa agrega mais valor ao próprio negócio”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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