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Estação de VLT sem trens intriga torcedores em Cuiabá

Local foi inaugurado nesta quarta-feira, mas ainda não tem veículos para os passageiros

vlt (Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de junho de 2014 às 18h27.

Depois de semanas frenéticas de trabalho no entorno do aeroporto de Cuiabá, o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, compareceu à inauguração nesta quarta-feira de uma nova e reluzente estação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), a dois dias do primeiro jogo da Copa do Mundo na cidade.

No entanto, não havia nenhum vagão de VLT à vista, e os trilhos acabam abruptamente em barreiras de concreto. Torcedores que chegavam do Chile de avião se mostravam intrigados com a construção. "Talvez seja uma estação de ônibus?", murmurou um dos visitantes.

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Barbosa disse à Reuters que a intenção nunca foi ter os 23 quilômetros de trilhos prontos para a Copa do Mundo. Mas para muitos nessa agitada capital agropecuária e no Brasil, o projeto no valor de 1,4 bilhões de reais tornou-se um símbolo da dificuldade do país em organizar o torneio de um mês.

Atrasos na construção de estádios, aeroportos e outros projetos de infraestrutura, assim como um orçamento oficial de 25,8 bilhões de reais foram combustível para as manifestações contra a Copa. Em Cuiabá, no entanto, a sensação é mais de resignação.

"Nós realmente queremos o VLT e a Copa do Mundo nos permitiu pensar que esse sonho poderia se realizar", disse Silas Augusto, que coordena uma área de recepção aos torcedores no aeroporto.

O projeto do VLT não foi um requisito da Fifa e, de qualquer maneira, muitos torcedores não usariam o novo meio de transporte para circular ou ir às partidas a serem disputadas na recém-inaugurada Arena Pantanal.

"A linha fica 1,8 quilômetros distante do estádio", disse Eduardo Gomez, um editor de revistas locais. "Não é um projeto para a Copa do Mundo."

Além disso, disse Gomes, os atrasos na construção fazem parte da organização de um Mundial. De fato, o estádio do Marcanã, no Rio de Janeiro, construído para a Copa de 1950, só foi completamente concluído em 1965.

Mesmo assim, operários trabalharam dia e noite nos últimos dias para terminar a estação do VLT no aeroporto, plantar um gramado e fazer com que o lugar se tornasse apresentável, ainda que não fosse funcionar.

"É um projeto muito complexo que em qualquer outro país poderia levar seis ou oito anos", disse o governador. "Vamos fazer o nosso em quatro. Está inacabado, mas não está paralisado."

Enquanto muitos no Brasil podem considerar Cuiabá uma cidade de menor porte, certamente não é um município pobre, sendo a capital do principal Estado produtor de grãos e centro de distribuição da soja brasileira.

Barbosa gosta de dizer que seu Estado "ajuda a alimentar o mundo" e que o VLT, mesmo não terminado, projeta uma imagem de desenvolvimento aos visitantes.

Perguntado quando o projeto do VLT estaria pronto para operar, com 40 vagões importados da Espanha, Barbosa respondeu com um sorriso: "na próxima vez que você vier."

E enquanto muitos em Cuiabá falam sobre uma possível data de conclusão em 2017, Barbosa promete: "No ano que vem vocês vão poder usar uma boa parte dele."

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