Espionagem faz Telebras adiar cabo submarino Brasil-EUA
Rota deixou de ser prioridade por conta das recentes denúncias de espionagem por parte da agência de segurança norte-americana
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2013 às 11h25.
São Paulo - Os projetos de cabos submarinos da Telebras já receberam aprovação do conselho de administração para o andamento após uma pausa para focar nas prioridades da instalação da rede para a Copa das Confederações neste ano.
"Estamos retomando os projetos, e o mais avançado é da ligação Brasil/Angola, conduzido pela Angola Cables", disse o presidente da estatal, Caio Bonilha, nesta quinta, 24, na Futurecom 2013. A Telebras ainda tem nos projetos as rotas Brasil/Portugal (saindo também de Fortaleza), um tronco para ligar São Paulo à Fortaleza; e a rota Brasil/Estados Unidos.
No entanto, esta última deixou de ser prioridade por conta das recentes denúncias de espionagem por parte da agência de segurança norte-americana, NSA. "Temos tratativas com parceiro, estão bem avançadas, mas, agora, em função dessas questões, deixou de ser prioridade." Não significa que o projeto foi abandonado, pois o preço mais barato do Mbps é fundamental para a empresa (atualmente o Mbps no atacado custa US$ 3 em Miami, enquanto no Brasil, sem impostos, é de R$ 53). "Se for mais barata nos EUA, vamos buscar lá", diz. Mas o foco realmente muda para a conexão para a Europa, até porque atualmente o tráfego precisa passar primeiro pelo continente norte-americano para, só depois, atravessar o Atlântico.
A questão da segurança passa pela revisão do modelo de governança da Internet. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, está em Bali, na Indonésia, para o Internet Governance Forum (IGF) para começar a discutir um novo modelo multilateral, especialmente para reduzir o custo da conexão internacional com a construção de um ponto de troca de tráfego internacional (PTT).
A construção do servidor de raiz não teria sido ainda aprovada pelo ICANN e pelos Estados Unidos, donos de 11 dos 15 PTTs internacionais. "Mudar a governança de Internet nos interessa muito. O ministro em Bali, vai resolver isso e trazer um PTT Tier 1 para o Brasil", acredita ele.
Rede interna
No Brasil, a expansão da rede continua. A Telebras deverá chegar a 35 mil km de extensão de cabos óticos em 2014 cobrindo todas as capitais, segundo afirmou Caio Bonilha. A única capital de fora será Boa Vista, mas que não deixará de ter infraestrutura da companhia. "Chegaremos lá com uma rede de alta tensão da Eletronorte e Eletrobras", declarou ele. A rede também terá interligação com países vizinhos, como a extensão que conecta a rede brasileira com o PTT da Entel no Uruguai. Apesar do avanço, ele reclama das dificuldades para conseguir direito de passagem na hora da instalação da infraestrutura: "Não é uma tarefa fácil desenvolver o backbone porque temos problemas de licenciamento, é igual a qualquer outra operadora".
Em data center, a Telebras continuará a construção do segundo site, em Fortaleza, e o desenvolvimento de um projeto governamental de ambiente de cloud feito em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).
São Paulo - Os projetos de cabos submarinos da Telebras já receberam aprovação do conselho de administração para o andamento após uma pausa para focar nas prioridades da instalação da rede para a Copa das Confederações neste ano.
"Estamos retomando os projetos, e o mais avançado é da ligação Brasil/Angola, conduzido pela Angola Cables", disse o presidente da estatal, Caio Bonilha, nesta quinta, 24, na Futurecom 2013. A Telebras ainda tem nos projetos as rotas Brasil/Portugal (saindo também de Fortaleza), um tronco para ligar São Paulo à Fortaleza; e a rota Brasil/Estados Unidos.
No entanto, esta última deixou de ser prioridade por conta das recentes denúncias de espionagem por parte da agência de segurança norte-americana, NSA. "Temos tratativas com parceiro, estão bem avançadas, mas, agora, em função dessas questões, deixou de ser prioridade." Não significa que o projeto foi abandonado, pois o preço mais barato do Mbps é fundamental para a empresa (atualmente o Mbps no atacado custa US$ 3 em Miami, enquanto no Brasil, sem impostos, é de R$ 53). "Se for mais barata nos EUA, vamos buscar lá", diz. Mas o foco realmente muda para a conexão para a Europa, até porque atualmente o tráfego precisa passar primeiro pelo continente norte-americano para, só depois, atravessar o Atlântico.
A questão da segurança passa pela revisão do modelo de governança da Internet. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, está em Bali, na Indonésia, para o Internet Governance Forum (IGF) para começar a discutir um novo modelo multilateral, especialmente para reduzir o custo da conexão internacional com a construção de um ponto de troca de tráfego internacional (PTT).
A construção do servidor de raiz não teria sido ainda aprovada pelo ICANN e pelos Estados Unidos, donos de 11 dos 15 PTTs internacionais. "Mudar a governança de Internet nos interessa muito. O ministro em Bali, vai resolver isso e trazer um PTT Tier 1 para o Brasil", acredita ele.
Rede interna
No Brasil, a expansão da rede continua. A Telebras deverá chegar a 35 mil km de extensão de cabos óticos em 2014 cobrindo todas as capitais, segundo afirmou Caio Bonilha. A única capital de fora será Boa Vista, mas que não deixará de ter infraestrutura da companhia. "Chegaremos lá com uma rede de alta tensão da Eletronorte e Eletrobras", declarou ele. A rede também terá interligação com países vizinhos, como a extensão que conecta a rede brasileira com o PTT da Entel no Uruguai. Apesar do avanço, ele reclama das dificuldades para conseguir direito de passagem na hora da instalação da infraestrutura: "Não é uma tarefa fácil desenvolver o backbone porque temos problemas de licenciamento, é igual a qualquer outra operadora".
Em data center, a Telebras continuará a construção do segundo site, em Fortaleza, e o desenvolvimento de um projeto governamental de ambiente de cloud feito em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) e o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).