Costa Concordia: processo de resgate do navio deve continuar na próxima semana (Max Rossi/Reuters)
Victor Caputo
Publicado em 11 de julho de 2014 às 15h09.
São Paulo – Depois de dois anos e meio, na próxima semana, começará a retirada do navio Costa Concordia do litoral italiano. Ele está lá desde que naufragou no dia 12 de janeiro de 2012.
Ironicamente, para que o navio naufragado possa ser retirado, ele precisa voltar a flutuar. Somente assim ele poderá ser levado até um porto em Gênova, na Itália, onde deve ser desmontado.
O primeiro passo da retirada do navio foi dado em setembro do ano passado. Engenheiros precisaram virar o navio em 65 graus e leva-lo à superfície. Isso foi feito usando um sistemas de cabos de aço.
Hoje, ele fica apoiado em uma espécie de deck construído exclusivamente para isso. Apenas esse primeiro processo custou cerca de 800 milhões de dólares.
Atualmente, o navio está reto e cercado por trinta tanques de metal cheios de água. O próximo desafio dos engenheiros será fazer com que o navio flutue acima do deck que serve de apoio hoje.
A partir de segunda-feira, o consórcio ítalo-americano começará a trabalhar nisso, caso as condições climáticas permitam. A água será extraída dos tanques usando ar comprimido. Sem água, eles funcionarão como boias para que o Costa Concordia volte a flutuar.
Uma das maiores preocupações durante o processo é com os impactos ambientais. A equipe ficará de olho para detectar se produtos tóxicos ou óleo do navio será derramado.
Caso o processo seja concluído com êxito, o navio será rebocado por outros barcos. Ele será levado até um porto na cidade italiana de Gênova, em uma viagem de 280 km e que deve durar quatro dias. Lá, uma equipe de dezenas de trabalhadores desmontará o navio.
O naufrágio do Costa Concordia matou 32 pessoas e deixou dezenas de feridos. Eram mais de quatro mil pessoas a bordo do cruzeiro.
Todo o processo de recuperação do navio já ultrapassou um bilhão de euros. Ela é a maior operação já feita para recuperação de um navio de passageiros.
Veja abaixo um vídeo (em inglês) de todo o processo feito pela agência AFP:
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