Morador da Libéria (REUTERS/2Tango)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2014 às 08h23.
A pior epidemia de Ebola do mundo colocou colheitas em risco e fez os preços subirem no oeste da África, disse nesta terça-feira a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), alertando que o problema vai se intensificar nos próximos meses.
A entidade emitiu um alerta especial para Libéria, Serra Leoa e Guiné, os três países mais afetados pelo surto, que matou cerca de 1.550 pessoas desde que o vírus foi detectado nas selvas remotas do sudeste de Guiné, em março.
Restrições aos movimentos das pessoas e a implementação de zonas de quarentena para conter a difusão da febre hemorrágica levou a compras desesperadas, falta de alimentos e aumento de preços nos países menos preparados para absorver o choque.
"Mesmo antes do surto do Ebola, as famílias em algumas das áreas mais afetas estavam gastando até 80 por cento de sua renda com alimentos", disse Vincent Martin, chefe da unidade da FAO em Dacar, que está coordenando a resposta da agência.
"Agora, estes mais recentes aumentos de preço estão efetivamente colocando o preço dos alimentos fora de seus alcances", disse Martin em um comunicado, acrescentando que a crise alimentar pode prejudicar a contenção da doença, que é tipicamente espalhada pelos fluídos corporais dos doentes.
A produção de arroz e milho cairão durante a estação de colheita que se aproxima, à medida que restrições de migração e movimentos causam falta de mão de obra nas fazendas, disse a FAO.
O Programa de Alimentos das Nações Unidas e a FAO aprovaram um programa de emergência para entregar 65 mil toneladas de alimentos a 1,3 milhão de pessoas afetadas pelo Ebola, em três meses.
(Por Isla Binnie)