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Documentário mostra mapeamento virtual de comunidades

Documentário revela que as favelas do Rio de Janeiro não estão representadas nos mapas oficiais da cidade e tampouco nos mapas digitais do Google

Todo mapa tem um discurso (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 06h18.

Com exceção de algumas vias que cortam as comunidades, as favelas do Rio de Janeiro não estão representadas - com ruas, becos e vielas - nos mapas oficiais da cidade e tampouco nos mapas digitais do Google. Até mesmo comunidades já consideradas bairros pela prefeitura do Rio, como Rocinha, Maré e Santa Marta, enfrentam em seu cotidiano essa carência de informação.

As questões práticas e simbólicas que resultam da falta de uma cartografia em áreas que abrigam 22% da população carioca, de acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são o tema do documentário Todo mapa Tem um Discurso, lançado hoje (29), no Planetário da Gávea, zona sul do Rio. Com roteiro, montagem e direção de Francine Albernaz e Thais Inácio, o filme é uma realização do Programa Rede Jovem, responsável pela criação do projeto Wikimapa, que desde 2009 já mapeou diversas comunidades do município do Rio, da Baixada Fluminense e até de São Paulo, onde chegou à favela do Capão Redondo.

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Tecnologia social voltada para o desenvolvimento de áreas marginalizadas, o Wikimapa é um mapa virtual colaborativo, que além da cartografia de ruas, becos e vielas assinala pontos de interesse nas comunidades. A edição é feita por diversos participantes, através da internet ou do telefone celular.

"A ideia é ser colaborativo, é garantir que todo mundo produza e insira conteúdo, e que isso não passe por uma moderação", explica a géografa Natália Aisengart Santos, diretora executiva do Programa Rede Jovem. De acordo com outra diretora do programa, a antropóloga Patricia Azevedo, o importante é que a inserção de informações nos mapas virtuais se dá a partir da mobilização comunitária.

"A gente podia chegar numa vendinha, se apresentar como do Wikimapa e dizer 'eu quero botar sua vendinha no mapa'. Só que issso para a gente não faz muito sentido. A gente quer, na verdade, que as pessoas que moram no local digam o que têm, o que é legal e o que não é legal", diz Patrícia.

O documentário também apresenta iniciativas de mídia independente nas favelas, como a Escola Popular de Comunicação Crítica (Espocc), projeto do Observatório de Favelas no Complexo da Maré, e o site Viva Rocinha. Histórias de moradores que lutam por suas comunidades e iniciativas de desenvolvimento econômico local, como o turismo nas favelas, também são mostradas no filme.

Editor Stênio Ribeiro

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