Degelo, temperaturas e mares em elevação: sinais de mudanças
Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) publica na sexta-feira suas mais recentes - e alarmantes - previsões sobre o aquecimento
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2014 às 19h37.
Paris - Quase 1ºC a mais na temperatura mundial em um século, elevação do nível do mar, ondas de calor e degelo: o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) publica na sexta-feira suas mais recentes - e alarmantes - previsões sobre o aquecimento global.
A temperatura mundial subiu mais de 0,8°C desde o início do século XX e continuará aumentando até o final do século XXI, em maior ou menor medida devido às emissões de gases de efeito estufa . Esta é uma das conclusões do quinto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será divulgado em sua totalidade após quatro dias de deliberações em Estocolmo.
A primeira década do século XXI (2001-10) foi a mais quente desde 1881, lembrou em julho a Organização Meteorológica Mundial (OMM), com uma temperatura média na superfície do solo e dos oceanos estimada em 14,47°C (0,47°C a mais do que a média de 1961-1990).
Embora a comunidade internacional tenha fixado oficialmente a meta de elevação máxima da temperatura em +2°C, os esforços atuais para limitar as emissões de gases de efeito estufa colocariam o planeta em uma trajetória de +3°C a +5°C, segundo um informe recente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Em seu novo relatório, o IPCC vai confirmar - com 95% de certeza, segundo uma versão provisória do resumo - o peso preponderante das atividades humanas no aquecimento global.
OS FENÔMENOS METEOROLÓGICOS EXTREMOS, como chuvas torrenciais ou ondas de calor, se multiplicaram e devem ser cada vez mais frequentes com o aquecimento global, informou o IPCC em um relatório especial publicado em novembro de 2011, o trabalho mais completo feito até agora sobre este tema polêmico.
Segundo outro informe elaborado por 18 equipes de cientistas e publicado no começo de setembro no Bulletin of the American Meteorological Society, o aquecimento contribuiu para a metade dos fenômenos meteorológicos extremos registrados no planeta em 2012, como as secas e o furacão Sandy nos Estados Unidos, o degelo recorde no Ártico e as chuvas torrenciais que castigaram Grã-Bretanha, Austrália, norte da China e Japão.Este vínculo deve ser confirmado no próximo relatório do IPCC, que vai tentar sobretudo "regionalizar" melhor suas conclusões no capítulo sobre o impacto das mudanças climáticas, que será publicado em 2014.
O DEGELO DO ÁRTICO, uma região que cobre 15 milhões de quilômetros quadrados, bateu recorde durante o verão de 2012 e voltou a diminuir em comparação com o recorde anterior de 2007. Cada vez é mais provável, afirmam os climatologistas, que em 2050 o oceano Ártico não tenha gelo. O degelo é uma oportunidade econômica para o transporte marítimo, que vê a possibilidade de abertura de novas vias de navegação, e para as prospecções petrolíferas e de mineração, mas também representa uma ameaça de contaminação para este ambiente relativamente preservado até agora.
O DERRETIMENTO DAS GELEIRAS DE MONTANHA, sobretudo no Himalaia, compromete o abastecimento de água em muitas regiões (norte da Índia, China). A cobertura de gelo dos Andes tropicais perdeu entre 30% e 100% de sua superfície em 30 anos e nos Pirineus, poderá desaparecer em 2050.
A ELEVAÇÃO DO NÍVEL DOS MARES se acelerou nos últimos 20 anos e vai continuar no século XXI, segundo a versão provisória do resumo do novo informe do IPCC. Globalmente, segundo estudos mais recentes, esta elevação se deve, em uma terça parte, ao degelo das geleiras de montanha, em menos de um terço ao derretimento das calotas polares da Groenlândia e da Antártica, e o resto é fruto do ciclo natural da água.
Em 2007, o IPCC estimava que a elevação média do nível dos oceanos poderia alcançar entre 18 e 59 cm em 2100. Estas cifras deveriam ser revistas sutilmente para cima no novo relatório do IPCC.
A BIODIVERSIDADE deve sofrer com o aquecimento, com 20% a 30% de espécies animais e vegetais ameaçadas caso as temperaturas subam entre 1,5º e 2,4°C com relação aos últimos 20 anos do século XX.
Paris - Quase 1ºC a mais na temperatura mundial em um século, elevação do nível do mar, ondas de calor e degelo: o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) publica na sexta-feira suas mais recentes - e alarmantes - previsões sobre o aquecimento global.
A temperatura mundial subiu mais de 0,8°C desde o início do século XX e continuará aumentando até o final do século XXI, em maior ou menor medida devido às emissões de gases de efeito estufa . Esta é uma das conclusões do quinto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será divulgado em sua totalidade após quatro dias de deliberações em Estocolmo.
A primeira década do século XXI (2001-10) foi a mais quente desde 1881, lembrou em julho a Organização Meteorológica Mundial (OMM), com uma temperatura média na superfície do solo e dos oceanos estimada em 14,47°C (0,47°C a mais do que a média de 1961-1990).
Embora a comunidade internacional tenha fixado oficialmente a meta de elevação máxima da temperatura em +2°C, os esforços atuais para limitar as emissões de gases de efeito estufa colocariam o planeta em uma trajetória de +3°C a +5°C, segundo um informe recente do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Em seu novo relatório, o IPCC vai confirmar - com 95% de certeza, segundo uma versão provisória do resumo - o peso preponderante das atividades humanas no aquecimento global.
OS FENÔMENOS METEOROLÓGICOS EXTREMOS, como chuvas torrenciais ou ondas de calor, se multiplicaram e devem ser cada vez mais frequentes com o aquecimento global, informou o IPCC em um relatório especial publicado em novembro de 2011, o trabalho mais completo feito até agora sobre este tema polêmico.
Segundo outro informe elaborado por 18 equipes de cientistas e publicado no começo de setembro no Bulletin of the American Meteorological Society, o aquecimento contribuiu para a metade dos fenômenos meteorológicos extremos registrados no planeta em 2012, como as secas e o furacão Sandy nos Estados Unidos, o degelo recorde no Ártico e as chuvas torrenciais que castigaram Grã-Bretanha, Austrália, norte da China e Japão.Este vínculo deve ser confirmado no próximo relatório do IPCC, que vai tentar sobretudo "regionalizar" melhor suas conclusões no capítulo sobre o impacto das mudanças climáticas, que será publicado em 2014.
O DEGELO DO ÁRTICO, uma região que cobre 15 milhões de quilômetros quadrados, bateu recorde durante o verão de 2012 e voltou a diminuir em comparação com o recorde anterior de 2007. Cada vez é mais provável, afirmam os climatologistas, que em 2050 o oceano Ártico não tenha gelo. O degelo é uma oportunidade econômica para o transporte marítimo, que vê a possibilidade de abertura de novas vias de navegação, e para as prospecções petrolíferas e de mineração, mas também representa uma ameaça de contaminação para este ambiente relativamente preservado até agora.
O DERRETIMENTO DAS GELEIRAS DE MONTANHA, sobretudo no Himalaia, compromete o abastecimento de água em muitas regiões (norte da Índia, China). A cobertura de gelo dos Andes tropicais perdeu entre 30% e 100% de sua superfície em 30 anos e nos Pirineus, poderá desaparecer em 2050.
A ELEVAÇÃO DO NÍVEL DOS MARES se acelerou nos últimos 20 anos e vai continuar no século XXI, segundo a versão provisória do resumo do novo informe do IPCC. Globalmente, segundo estudos mais recentes, esta elevação se deve, em uma terça parte, ao degelo das geleiras de montanha, em menos de um terço ao derretimento das calotas polares da Groenlândia e da Antártica, e o resto é fruto do ciclo natural da água.
Em 2007, o IPCC estimava que a elevação média do nível dos oceanos poderia alcançar entre 18 e 59 cm em 2100. Estas cifras deveriam ser revistas sutilmente para cima no novo relatório do IPCC.
A BIODIVERSIDADE deve sofrer com o aquecimento, com 20% a 30% de espécies animais e vegetais ameaçadas caso as temperaturas subam entre 1,5º e 2,4°C com relação aos últimos 20 anos do século XX.