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Criador da web diz que internet pode ser usada como arma

Tim Berners-Lee diz ainda que um bilhão de pessoas poderá estar sem internet até 2042

 (Wikimedia Commons/Reprodução)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 12 de março de 2018 às 18h13.

Última atualização em 12 de março de 2018 às 18h27.

São Paulo – Tim Berners-Lee, criador da rede World Wide Web, criticou a falta de regulamentação da internet em nível global que permitiu que o poder ficasse centralizado nas mãos de poucas empresas de tecnologia. Para ele, isso abre uma brecha para que ela seja usada como uma arma, e, por isso, uma regulamentação que impedisse essa organização deveria ser criada. A carta aberta foi publicada no jornal britânico The Guardian, nesta segunda-feira (12), quando a web completa 29 anos.

"As ameaças à web hoje são reais–desde a desinformação e propaganda política questionável até a perda de controle sobre nossos dados pessoais. Mas eu continuo comprometido a garantir que a web seja um espaço livre, aberto e criativo–para todos", disse Berners-Lee, criador da Web Foundation, organização sem fins lucrativos que visa a evolução da internet.

O pai da web também criticou o modelo de negócios existente no mundo online atual, reduzindo-o a propaganda. Para ele, as empresas precisam pensar diferente e parar de pensar que já tarde para mudar.

Falando sobre acesso à internet, Berners-Lee alertou que o último bilhão de usuários só estará conectado em 2042, se não houver medidas para acelerar esse processo. "Não surpreende que é mais provável que você não esteja conectado se for mulher, pobre, viva em área rural ou em um país de baixa renda, ou represente uma combinação dessas características", afirmou o criador da web. Ele considera que estar offline significa estar excluído de oportunidades de aprendizado, do debate democrático e do acesso a serviços de valor.

•Foto por Paul Clarke - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, Hiperligação

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