Tecnologia

Consumo de cigarros cresce entre os mais ricos do país

A classe A foi a única a aumentar o consumo de cigarro nos últimos seis anos, aponta estudo da Universidade Federal de São Paulo

cigarro (Agência Brasil)

cigarro (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 12h42.

A classe A foi a única a aumentar o consumo de cigarro nos últimos seis anos, aponta estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), divulgado hoje (11). Na contramão da média nacional, com queda de 20% no uso de tabaco, a população mais rica do país elevou o consumo de cigarros em 110%, entre 2006 e 2012.

A pesquisadora Ana Cecília Marques, que participa do estudo, acredita que, no momento da decisão sobre comprar ou não um maço de cigarros, o dinheiro no bolso pesa mais que alta escolaridade e maior esclarecimento sobre os efeitos nocivos do fumo. “Embora a classe econômica mais privilegiada tenha mais conhecimento, o fato de ter dinheiro para comprar se torna mais importante. Eu acho que isso mostra a importância de se pensar em aumentar o imposto, porque é um fator que pode, muito provavelmente, ser mais eficaz que campanhas de conhecimento de que o cigarro faz mal”, defendeu.

Desde o final de 2011, o governo estipulou aumento gradativo da carga tributária sobre os cigarros e do preço mínimo para a venda do maço.

Segundo a pesquisa, o percentual de fumantes da classe A, em 2006, era 5,2%; e subiu para 10,9%, no ano passado. Nas outras camadas sociais, houve redução. Na classe B, passou de 14,7%, em 2006; para 12,7%, em 2012; na classe C, caiu de 21,8% para 19,1%; na faixa D, recuou de 22,7% para 19%; e na E, houve redução de 24,9% para 22,9%.

O estudo comparou os consumos nas diferentes regiões do país. Apesar de ter apresentado queda, o Sul despontou como a que mais consumiu cigarros: 20,2% em 2012, contra 25,9% em 2006. Os fumantes nas demais regiões do Brasil também diminuíram: Norte (20%), Sudeste (19%), Nordeste (18%) e Centro-Oeste (15%).

Metade dos entrevistados admitiu já ter experimentado cigarro pelo menos uma vez na vida e, desses, 51% continuaram fumando. A maioria dos fumantes (73%) disse que tentaria parar de fumar se tivesse acesso a tratamento gratuito.

Outro aspecto abordado pelo estudo foram os indicadores de dependência. Um deles é fumar o primeiro cigarro até cinco minutos após acordar – 25,3% admitiram essa necessidade em 2012, contra 17,9% em 2006. Achar difícil ou bem difícil passar um dia sem fumar foi outro indicador usado para avaliar a dependência: 67,8% admitiram essa dificuldade no ano passado, ante 59% em 2006. Os fumantes que tentaram parar de fumar e não conseguiram diminuíram, passando de 72% em 2006 para 63% no ano passado.

Os dados fazem parte do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad). Foram ouvidos mais de 3 mil brasileiros com mais de 14 anos em 2006, e 4,6 mil participantes em 2012. As entrevistas foram feitas em quase 150 municípios.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilINFOSaúde

Mais de Tecnologia

Startup brasileira lança creme antisséptico que promete aposentar o álcool gel

Receita de jogos chineses cai 3,3% no primeiro semestre

Galaxy Z Flip 6: conheça os detalhes do smartphone usado pelos atletas nas Olimpíadas

Meta pagará US$ 1,4 bilhão ao estado Texas por uso indevido de tecnologia de reconhecimento facial

Mais na Exame