A new crop of internet browsers from Brave, DuckDuckGo and others offer stronger privacy protections than what you might be used to. (Glenn Harvey/The New York Times) -- -- NO SALES; FOR EDITORIAL USE ONLY WITH NYT STORY BROWSERS-CHEN-ART-BSPR-040621 BY BRIAN X. CHEN FOR April; 5, 2021. ALL OTHER USE PROHIBITED. -- (Glenn Harvey/The New York Times)
Thiago Lavado
Publicado em 11 de abril de 2021 às 08h30.
A maioria das pessoas usa navegadores web por hábito. Se for o Microsoft Edge, talvez seja porque você usa o Windows. Se for o Safari, provavelmente é porque você é um cliente da Apple. Caso seja um usuário do Chrome, isso pode ser porque você tem um telefone ou laptop do Google, ou porque baixou o navegador da empresa em seu dispositivo pessoal depois de usá-lo em computadores na escola ou no trabalho.
Em outras palavras, recorremos aos navegadores que estão prontamente disponíveis e que nos são familiares. É fácil cair nesse tipo de inércia porque todos esses aplicativos são rápidos, competentes e servem ao mesmo propósito: visitar um site. Portanto, se as diferenças são mínimas, por que se preocupar em procurar outra coisa?
Até o fim desta coluna, espero persuadi-lo a pelo menos tentar outra coisa: um novo tipo de navegador de internet privado. Esse tipo de software, de marcas menos conhecidas como o DuckDuckGo e o Brave, surgiram nos últimos três anos. Eles se destacam porque minimizam os dados coletados sobre nós, bloqueando as tecnologias usadas para nos rastrear.
Isso é em geral melhor do que a maioria dos navegadores tradicionais, especialmente o Chrome. Embora alguns deles, como o Safari e o Firefox, também incluam a prevenção de rastreamento, as marcas menores têm se concentrado ainda mais na proteção de privacidade.
Ao contrário dos navegadores tradicionais, os privados vêm em muitas formas que servem a diferentes propósitos. Por cerca de uma semana, testei três das opções mais populares – o DuckDuckGo, o Brave e o Firefox Focus. Fiquei tão surpreso que acabei adotando o Brave como o navegador padrão no meu iPhone. Foi assim que aconteceu.
É importante saber o que navegadores privados fazem e o que não fazem. Por isso, vamos olhar os bastidores.
Os navegadores privados geralmente incorporam tecnologias web que existem há anos:
Os navegadores focados em privacidade geralmente ativam o modo privado como padrão ou limpam automaticamente o histórico de navegação quando você fecha o programa. Já vêm com prevenção de rastreamento, o que permite que bloqueiem agressivamente os rastreadores usando abordagens que minimizam o mau funcionamento de um site.
Contudo, os navegadores privados não impedem seu provedor de internet de ver quais sites você visita. Portanto, se você está de férias e usando a conexão Wi-Fi de um hotel, um navegador privado não evitará que suas informações de navegação sejam vistas pelo provedor de internet do hotel. Para esse tipo de proteção, você ainda precisa se conectar a uma rede virtual privada, tecnologia que cria um túnel virtual que protege suas informações de navegação.
O Firefox Focus, o DuckDuckGo e o Brave são todos semelhantes, mas com algumas diferenças importantes.
O Firefox Focus, disponível apenas para dispositivos móveis como iPhones e smartphones Android, é muito simples. Você digita um endereço web e, quando termina a navegação, clica no ícone do lixo para apagar a sessão. Sair do aplicativo limpa automaticamente o histórico. Quando você carrega um site, o navegador conta com um banco de dados de rastreadores para determinar quais bloquear.
O DuckDuckGo, também disponível apenas para dispositivos móveis, é mais parecido com um navegador tradicional. Isso significa que você pode salvar seus sites favoritos e navegar por várias guias.
Quando você usa a barra de pesquisa, o navegador retorna os resultados do mecanismo de pesquisa DuckDuckGo, que a empresa diz estar mais focado em privacidade porque seus anúncios não rastreiam o comportamento on-line dos usuários. O DuckDuckGo também impede que os rastreadores de anúncios funcionem. Ao terminar a navegação, clique no ícone de chama na parte inferior para apagar a sessão.
O Brave também é bem parecido com um navegador tradicional, com tecnologia antirrastreamento e recursos como marcadores e guias. Inclui um modo privado que deve ser ligado se você não quiser que outros acessem seu histórico na web. Além disso, é tão agressivo no bloqueio de rastreadores que, no processo, quase sempre bloqueia anúncios completamente. Os outros navegadores privados bloquearam anúncios com menos frequência.
Testei os três navegadores no meu iPhone, definindo cada um como padrão por alguns dias. Todos têm um botão para ver quantos rastreadores foram bloqueados ao carregar um site. Para testar esse recurso, visitei o nypost.com, o site do jornal "The New York Post", que carrega 83 rastreadores na ausência de qualquer prevenção de rastreamento. Com o DuckDuckGo, 15 deles foram bloqueados. Com o Brave, foram 22. E o Firefox Focus bloqueou 47.
Mas os números não contam toda a história. O Firefox Focus às vezes prejudica elementos de sites. Em alguns, os vídeos não carregavam e as janelas de anúncios não puderam ser fechadas.
No fim, porém, você provavelmente ficaria feliz usando qualquer um dos navegadores privados. Mesmo que não use algum como padrão, eles são úteis em certas situações, como uma busca sensível sobre uma condição de saúde.
Para mim, o Brave ganhou por um fio de cabelo. Meus sites favoritos carregaram perfeitamente, e gostei do visual limpo dos sites sem anúncios. Brendan Eich, o executivo-chefe da Brave, disse que o navegador da empresa bloqueia cookies de rastreamento "sem piedade". Segundo ele, "se todos usassem o Brave, o segmento de anúncios baseados em rastreamento acabaria".
Conte comigo.