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Compra da Activision pela Microsoft passa de fase e avança para aprovação na UE

Com a concessão de que os títulos da marca continuem à venda em diferentes plataformas, a megafusão poderá avançar no mercado europeu

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 16 de maio de 2023 às 16h11.

Última atualização em 16 de maio de 2023 às 16h12.

A União Europeia (UE) deu sinal verde para o acordo de US$ 69 bilhões, que envolve a venda da desenvolvedora de jogos Activision para a Microsoft.

A posição favorável foi emitida na segunda-feira, 15, após as autoridades da UE entenderem que a controladora da marca Xbox fez concessões para garantir que empresas rivais tivessem acesso aos títulos desenvolvidos pela Activision, como o popular jogo de tiro Call of Duty. A garantia valerá por 10 anos.

Mesmo assim, a empresa passa pelo o escrutínio de outros mercados, como o americano e inglês, que temem que a megafusão impacte a livre concorrência no setor de games.

A oposição à aquisição centrou-se em parte nos chamados jogos em nuvem, uma tecnologia relativamente nova que permite que as pessoas transmitam jogos smartphones, tablets e outros dispositivos, eliminando a necessidade de hardware como consoles.

Considerando que os videogames como Playstation e Nintendo diminuíam sua presença na casa dos jogadores em futuro próximo, quem tiver a biblioteca de títulos via nuvem mais vistosa pode se destacar.

“Os compromissos abordam totalmente as preocupações de concorrência identificadas pela comissão e representam uma melhoria significativa para o streaming de jogos em nuvem em comparação com a situação atual”, disse o regulador da UE em um comunicado.

Caminho difícil em outros mercados

A aprovação é uma rara ocasião em que os reguladores europeus parecem ser mais complacentes do que os Estados Unidos. Durante anos, os reguladores antitruste europeus, sob o comando de Margrethe Vestager, perseguiram agressivamente grandes empresas de tecnologia como o Google, emitindo bilhões de dólares em multas e ordenando mudanças em certas práticas comerciais.

Uma nova lei da UE que entrará em vigor no próximo ano adicionará mais supervisão da concorrência das maiores empresas de tecnologia.

Mas, neste caso, são os Estados Unidos que assumem uma posição mais dura. Lina Khan, presidente da Federal Trade Commission, fez do desafio das fusões uma parte central de seu plano para controlar os gigantes da tecnologia.

A FTC entrou com um processo para bloquear a compra da Activision pela Microsoft em dezembro, argumentando que o acordo prejudicaria os consumidores e afastaria os jogadores dos rivais. Os reguladores ingleses seguiram o exemplo no mês passado.

Sarah Cardell, executiva-chefe do regulador antitruste inglês, a Autoridade de Mercados e Concorrência, disse que a decisão tomada pela Comissão Europeia dá à Microsoft muito poder para definir os termos e condições para o mercado de jogos em nuvem para a próxima década.

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