Como será a segunda tentativa da Xiaomi no Brasil
Smartphones Android chamados Pocophone F1 e Redmi Note 6 Pro devem chegar ao mercado nacional em março deste ano pelas mãos da DL
Lucas Agrela
Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 15h02.
Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 15h30.
São Paulo – A segunda tentativa da Xiaomi no Brasil será bem diferente da primeira, feita em 2015, que teve foco na venda de smartphones via internet . Agora pelas mãos da DL, a marca chegará com estratégia voltada ao ponto de venda, ou seja, a aposta é nas lojas físicas para que os dois novos produtos, Pocophone F1 e Redmi Note 6 Pro, não tenham o mesmo destino da linha Redmi 2, que lentamente sumiu do mercado.
Luciano Neto, gerente de produtos da DL, disse, em entrevista a EXAME, que a ideia é fazer com que as pessoas percebam que os smartphones da Xiaomi – uma das fabricantes chinesas que mais cresce globalmente – são de qualidade.
"Começaremos o trabalho no Brasil com configuração mínima dispositivos com 4 GB de RAM e 64 GB. O Brasil tem carência de produtos com configurações boas com preço justo. É por isso que escolhemos esses dois primeiros produtos", afirmou Neto.
A DL ficará responsável por questões legais quanto à regulação, como utilização de carregadores no padrão brasileiro, bem como pela venda para varejistas e assistência técnica. Vale notar que os aparelhos da Xiaomi que forem comprados via importação não terão o amparo da assistência técnica da DL, informou Neto.
A expectativa da empresa é de que tanto o Pocophone F1 quanto o Redmi Note 6 pro cheguem ao mercado já no mês de março. Ainda assim, eles não têm preços definidos.
Renato Murari, analista sênior na consultoria IDC, conta que o mercado brasileiro ainda precisa conhecer a marca da Xiaomi. Em um levantamento recente da consultoria, a lembrança da empresa foi de menos de 1% no Brasil.
"Vai ser uma briga feia. Não será fácil para a Xiaomi. 95% do mercado consolidado está nas mãos de cinco fabricantes: Samsung, Motorola, Apple, LG e Asus", disse Murari, em entrevista a EXAME. "Hoje, o usuário de smartphone está no segundo ou terceiro aparelho. Ele busca informações para comprar seu smartphone. As pessoas que procuram por especificações técnicas melhoradas e têm acesso a informações, o que pode acelerar a presença da Xiaomi no mercado brasileiro."
O analista vê como positiva a notícia da parceria com a DL, que já conhece os canais de distribuição brasileiros, mesmo que ela ainda não atue na venda de smartphones, apenas feature phones. Segundo Murari, os produtos escolhidos para a volta da marca ao país chegarão dentro de um valor médio que o consumidor está disposto a pagar, entre 1.300 e 1.600 reais.
A Xiaomi não é a única das grandes fabricantes chinesas de olho no Brasil. A Huawei , terceira empresa que mais vende smartphones no mundo, segundo a consultoria Canalys, também tenta entrar no mercado brasileiro. Inicialmente, a empreitada – que não seria a primeira – aconteceria em parceria com a Positivo Tecnologia, mas o acordo foi cancelado antes mesmo de começar a valer. Por enquanto, ao que tudo indica, a primeira a chegar por aqui será mesmo a Xiaomi. Se essa segunda tentativa dará certo, só o tempo dirá. A história já mostrou que as pessoas precisam ter contato com os produtos que irão comprar e parece que desta vez a Xiaomi entendeu o recado.