Como o celular de Moro foi hackeado? Veja as possíveis causas
Smartphone do ministro da Justiça foi acessado por hackers, que divulgaram dados sigilosos
Lucas Agrela
Publicado em 11 de junho de 2019 às 11h01.
Última atualização em 11 de junho de 2019 às 11h36.
São Paulo – O ministro da Justiça Sergio Moro teve seu celular hackeado e, no domingo à noite, conversas suas foram vazadas em reportagem do The Intercept. Golpes de engenharia social são os mais comuns que atingem a população, normalmente, devido a hackers em busca de credenciais de cartões de crédito. Embora essa hipótese não possa ser descartada, ela não é única.
Fabio Assolini, pesquisador sênior de segurança da empresa russa Kaspersky, elencou possibilidades sobre o ataque hacker a Moro no seu perfil no Twitter.
A primeira que aparece na lista é a que parece mais simples: alguém obteve acesso ao aparelho de Moro. Com a instalação de malwares do tipo trojan-spy ou RAT, seria possível conseguir acesso total ao celular.
Falhas zero-day, como são chamadas aquelas que a empresa desconhece e, portanto, não está preparada para lidar com elas, também podem ter sido exploradas. Nesse caso, a falha pode ter sido de um aplicativo ou do sistema operacional.
Há ainda a possibilidade da transferência de número para outro chip, técnica conhecida como SIM-Swap. Porém, ela precisaria da ajuda de um funcionário de uma operadora de telefonia.
A quarta razão apontada por Assolini é a engenharia social, em outras palavras, a enganação, o golpe clássico. Moro pode ter recebido uma ligação pedindo o seu código de verificação enviado via SMS e, com isso, o hacker pode ter obtido acesso a algum de seus aplicativos, como o Telegram.
O mais sofisticado dos ataques seria um feito explorando uma vulnerabilidade no protocolo de comunicação chamado SS7. Essa falha pode permitir a interceptação de mensagens.
Para termos certeza sobre como Moro foi efetivamente hackeado, nos resta aguardar pelo fim da investigação, que já está em curso.