Como cuidar das plantas sem desperdiçar água
É importante evitar o desperdício e buscar por alternativas que contribuam para a economia e o reaproveitamento de recursos naturais
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2014 às 14h25.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h49.
Em tempos de seca, como acontece em São Paulo atualmente, é importante tomar cuidado para não desperdiçar o recurso natural mais precioso do planeta. Mesmo aqueles que não moram em locais que sofrem com a escassez de água precisam ter a consciência de que a água é valiosa e deve ser usada com cuidado. Quem gosta de manter plantas na varanda ou um jardim em casa também podem tomar medidas para evitar o desperdício e buscar por alternativas que contribuam para a economia e o reaproveitamento de recursos naturais. Em entrevista a INFO a paisagista Daniela Sedo deu dicas para cultivar um jardim bonito e ecologicamente responsável. Veja a seguir.
Uma das alternativas possíveis para economizar a água é diminuir a quantidade de regas por semana. Em jardins já prontos que são regados todos os dias, é possível reduzir a rega para três vezes por semana. Já em jardins que normalmente são regados em dias alternados dá para eliminar um dia e regar apenas duas vezes na semana. Dessa forma, as plantas recebem a água necessária sem prejudicar o reservatório. As plantas possuem uma necessidade menor de água durante o inverno. Portanto, a redução de regas não trará impactos negativos para a planta, disse. Mas vale ressaltar que a redução de água no período de inverno é possível apenas em jardim já existentes. Se for um jardim novo, recém-plantado, a rega não poderá ser reduzida, se não a saúde da planta sofrerá impacto, afirmou.
Em alguns casos, é possível trocar a mangueira por um regador com arejador no bico ou borrifador. A maneira de regar vai depender do tamanho do jardim. Em um jardim de 50 metros quadrados ou varandas, a mangueira pode ser substituída por um regador, disse. Porém, em jardim com 100 metros quadrados ou mais é necessário regar com mangueira ou ter um sistema de irrigação automatizado. A rega deve ser feita na base do tronco, diretamente no solo. Não é necessário lavar as folhagens.
Não é recomendável regar as plantas durante a noite ou a madrugada. A rega pode ser feita durante os primeiros raios de Sol, entre as 5h e as 7h30 da manhã, ou no final da tarde, entre as 17h e as 20h. Após as 21h, a absorção de água nas plantas é reduzida naturalmente. Também não é recomendado regar próximo ao meio-dia, pois a água pode queimar as folhas das plantas, afirmou. A rega pode ser suspensa em caso de chuva abundante. Mas é necessário manter as regas se a chuva molhar apenas as folhas, disse.
Quem pretende construir um jardim pode optar por um projeto arquitetônico que preze pelo racionamento e reutilização da água. Segundo Daniela, o período de planejamento que antecede o início da construção de um jardim é o melhor momento para definir o uso de um sistema de reutilização, ou de aproveitamento de água da chuva. Nesta etapa é possível dimensionar previamente o volume do reservatório em relação ao tamanho do jardim e às necessidades específicas de cada espécie, disse. Segundo Daniela, fazer este tipo de obra em um jardim já pronto pode ser complicado e inviável economicamente em alguns casos.
Segundo Daniela, a escolha das plantas também é algo que causa impacto no volume de água consumido no jardim. Espécies tropicais necessitam de mais rega do que espécies de origem europeia. Por exemplo, palmeiras necessitam de mais água do que pinheiros, e heliconias necessitam de mais água do que buxinhos. Para casas, o guaimbe e a costela de adão são plantas tropicais muito resistentes, que podem ser regadas em abundância duas vezes por semana, durante o período de inverno e o início da primavera. Já quem mora em apartamento e conta com bastante Sol e claridade natural pode optar pelo balsamo, uma espécie que pode ser regada a cada 15 dias com um copo de água.
Ao idealizar um novo jardim é possível usar em algumas espécies um gel que absorve a água, se expande, e libera um líquido ao longo de aproximadamente 20 dias. Ou seja, a água não é desperdiçada no solo porque se mantém na raiz, disse. Recomendo a compra individual de saquinhos de gel para uso em vasos e em espécies mais delicadas de jardim, afirmou. Em jardins existentes, o gel deve ser colocado sobre o solo, próximo ao tronco da planta. Quando usado durante o plantio o gel deve ficar dentro da cova da planta em volta da raiz. Segundo Daniela, é importante, porém, ficar atento para algumas plantas que não podem receber esse gel, pois podem apodrecer por causa do excesso de umidade. Por isso, é importante receber a orientação de um agrônomo ou paisagista para que não haja uso inadequado.
Uma alternativa é fazer a captação da água da chuva através de calhas nos telhados que levam o líquido para uma cisterna, encontrada em lojas de materiais de construção. Essas cisternas devem ter os filtros necessários para eliminação da sujeira e, em alguns casos, uma bomba também é indicada para levar a água reaproveitada para torneiras externas e sistemas de irrigação do jardim, disse.