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Com PIX, Brasil acelera transformação digital dos meios de pagamento

Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 22, que vai antecipar para outubro os registros da plataforma de pagamentos instantâneos

QR Code: tecnologia pode ser utilizada na plataforma PIX (dowell/Getty Images)

QR Code: tecnologia pode ser utilizada na plataforma PIX (dowell/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 23 de julho de 2020 às 17h33.

Última atualização em 24 de julho de 2020 às 18h55.

O Banco Central anunciou nesta quinta-feira, 23, que o PIX, sua plataforma de pagamentos instantâneos, estará disponível em todo o país a partir de outubro. O movimento marca mais um passo do Brasil em direção à transformação digital completa de um importante setor do mercado financeiro: os meios de pagamento.

A grande revolução do PIX é o fim da burocratização de um mercado ainda regido por horários fixos do setor bancário. As transferências do dinheiro de pagamentos serão feitas 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. E não levará mais alguns dias para a compensação, como nas transferências por DOC ou TED. Toda a operação será feita em segundos.

As mudanças no sistema de pagamentos brasileiro são feitas graças a tecnologias que ganharam força nos últimos anos. Um exemplo é o QR Code, que já existe desde meados da década 1990, mas que começou a ser mais utilizado nos últimos anos com a chegada dos smartphones com câmeras e a disponibilização da internet móvel.

O PIX vai suportar dois tipos de QR Code em sua plataforma, o dinâmico e o estático. O primeiro é um código exclusivo para a realização de uma única transação e na qual o usuário poderá preencher informações adicionais sobre o destinatário. O segundo, por sua vez, poderá ser utilizado para a realização de múltiplos pagamentos com valores fixos.

Além dos QR Codes, há a expectativa de que o PIX também conte com a tecnologia de comunicação por campo de proximidade (NFC, na sigla em inglês e mais popular). É um método que permite a transferência de dados sem fio, bastando que os dois dispositivos estejam próximos um do outro. É uma tecnologia já utilizada nas maquininhas de cartão de crédito.

O uso dessas ferramentas, que serão adicionadas de forma gradativa à plataforma, é um grande avanço no que diz respeito à usabilidade. Não será mais preciso preencher longos formulários com dados como CPF ou CNPJ para a realização da transferência. Há também economia de custos, já que as transações serão efetuados ao custo de centavos, enquanto um TED custa pelo menos 10 reais.

Nos bastidores, as transações ocorrem em um modelo comparável ao que é chamado de peer-to-peer (ou P2P, na sigla mais popular). Nesta arquitetura de rede cada um dos pontos funciona como um cliente e um servidor. Isso permite o compartilhamento de informações sem a necessidade de um servidor central. Um exemplo da aplicação desta tecnologia é no download de arquivos torrent.

É diferente da utilizada na arquitetura de blockchain, por exemplo, onde a informação trafega por uma extensa rede de máquinas até chegar ao destino final. Todos esses pontos intermediários têm a função de validar transações individuais ou em conjuntos, algo que ocorre durante as transferências de moedas virtuais como o bitcoin, por exemplo.

Ao todo, quase 1.000 instituições financeiras já demonstraram interesse ao Banco Central em utilizar a plataforma de pagamentos. Todas irão passar por uma análise do órgão e por testes operacionais antes de poderem disponibilizar o sistema para seus clientes. Confira se a instituição em que você tem conta pretende ofertar o PIX desde o lançamento.

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